O presidente-candidato Jair Bolsonaro (PL) sequestrou a efeméride mais importante de seu governo, o Bicentenário da Independência. Usou a data para fazer campanha eleitoral e autopropaganda. Para dizer a seus eleitores que a liberdade está sob risco e que, como um Messias, ele ganhou uma segunda vida para cumprir uma missão.
Dom Bolsonaro não teve apoio dos outros Poderes. Os presidentes Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Rodrigo Pacheco, do Congresso Nacional, não participaram da festa que, em vez de ser uma grande celebração cívica, serviu de palanque para o presidente.
Nem mesmo o aliado de ocasião de Bolsonaro, Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, deu o ar da graça. Ninguém quis deixar suas digitais sobre um ato eleitoral de uma campanha da qual, de fato, não comungam.
Bolsonaro tirou a faixa para subir no carro de som. Mas é importante destacar que tirar a faixa não significa trocar de papel e sair da função de presidente para falar como candidato. Não poderia ser um ato eleitoral. É uma festa de todos os brasileiros. Ou deveria ser.
O discurso do presidente-candidato era de fazer inveja a qualquer Odorico Paraguassu ou ditador de república bananeira.
Dom Bolsonaro I puxou um coro para si mesmo: "Imbrochável, imbrochável, imbrochável...".
Isso depois de sugerir uma comparação entre as primeiras-damas.
Para os rapazes que estiverem tristes com o seu país, em vez de emprego, dignidade, saúde e educação, vai aqui a sugestão do presidente: arrume uma princesa e se case.
O ano é 2022. O presidente da República manda os homens encontrarem “princesas” e faz a apologia do próprio falo, gritando imbrochável.
Nem o coração de D. Pedro I aguenta uma dessas.