Com 267 votos, Eduardo Cunha é eleito presidente da Câmara

Triunfo de Cunha é uma derrota para o Palácio do Planalto

1 fev 2015 - 20h35
(atualizado às 21h02)
Liderando um bloco de 218 deputados, Cunha obteve um número ainda maior de votos
Liderando um bloco de 218 deputados, Cunha obteve um número ainda maior de votos
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A Câmara dos Deputados elegeu neste domingo, em primeiro turno, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados pelos próximos dois anos. Com 267 votos, o peemedebista não precisou passar pelo segundo turno e derrotou Arlindo Chinaglia (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (Psol-MG).

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Liderando um bloco de 218 deputados, Cunha obteve um número ainda maior de votos. Chinaglia recebeu 136 votos, enquanto Delgado ficou com 100 e o candidato do Psol, oito. O peemedebista saiu ainda mais fortalecido da disputa por ter conseguido indicar o primeiro vice-presidente e o primeiro secretário da Casa.

Apesar de pertencer ao partido do vice-presidente Michel Temer, o triunfo de Cunha é uma derrota para o Palácio do Planalto, que entrou em peso na disputa na última semana para eleger Arlindo Chinaglia. Com uma candidatura lançada no início de dezembro, o peemedebista conseguiu reunir 14 partidos em torno de seu projeto, enquanto o PT atraiu apenas outras quatro legendas.

Além da presidência, o megabloco do PMDB terá prioridade para escolher três comissões para presidir antes do grupo liderado pelo PT.

Perfil

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Nascido no Rio de Janeiro, Eduardo Consentino da Cunha, 56 anos, é economista, radialista e exerce a liderança do PMDB na Câmara dos Deputados. Apesar de representar um partido governista, o peemedebista provocou dores de cabeça no Palácio do Planalto ao contrariar interesses do governo em votações, como no Marco Civil da internet ou na medida provisória que estabelecia um marco regulatório para os portos.

No início de 2014, Cunha articulou a criação de um bloco informal de partidos insatisfeitos com a reforma ministerial e com a articulação política do Congresso. O grupo levou Dilma a sofrer derrotas no Congresso, como na criação da CPI mista da Petrobras.

Entre aliados, Cunha é considerado um notável articulador político que cumpre acordos. Sua campanha é baseada em um discurso de independência da Câmara, “nem de oposição nem de submissão”.

No discurso deste domingo, marcou a posição de independência ao dizer que a Câmara precisa ser desvinculada do Executivo. “Eu pergunto a vocês: um Presidente que fosse ligado ao Governo, com uma candidatura patrocinada pelo governo, colocaria em pauta para votar um decreto legislativo oriundo do Democratas que revogava um decreto da presidente da República extinguindo os conselhos populares?”, questionou.

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Evangélico, é contrário ao aborto e usou sua posição como bandeira eleitoral em sua campanha para deputado no Rio de Janeiro. Em um artigo publicado em outubro do ano passado, considerou a prática uma “covardia contra a vida”.

Propostas

Entre as prioridades de Eduardo Cunha está em colocar o mais rápido possível em votação o segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, que obriga o pagamento de emendas individuais de deputados, verba encaminhada para projetos nos redutos eleitorais dos congressistas. O peemedebista também é favorável a estender o modelo para emendas de bancada.

Cunha também propõe vincular o salário dos deputados aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e na construção do anexo 5, para aumentar a oferta de gabinetes na Casa. Recentemente, o peemedebista também anunciou a intenção de criar uma nova comissão para tratar de políticas para pessoas com deficiência.

Fonte: Terra
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