Com crédito de US$ 1 bi do BID, 16 países da América Latina e Caribe lançam aliança contra crime

Banco reserva dinheiro para financiar projetos de combate ao crime organizado na região; união terá como objetivo cortar fluxos financeiros de organizações, proteger populações vulneráveis e fortalecer instituições

11 dez 2024 - 20h13

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e representantes de 16 países da América Latina e do Caribe anunciaram nesta quarta-feira, 11, a criação de uma aliança regional de combate ao fenômeno do crime organizado, que contará com o apoio do banco. Trata-se da Aliança para Segurança, Justiça e Desenvolvimento. De acordo com o BID, que promoveu a iniciativa, os objetivos principais da nova aliança serão "proteger as populações vulneráveis, fortalecer instituições de segurança e justiça e reduzir mercados ilícitos e fluxos financeiros".

O presidente do BID, o economista brasileiro Ilan Goldfajn, que lançou a aliança contra o crime organizado patrocinada pelo banco
O presidente do BID, o economista brasileiro Ilan Goldfajn, que lançou a aliança contra o crime organizado patrocinada pelo banco
Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO / Estadão

Ainda segundo o banco e os representantes dos países, a iniciativa além de incluir os governos, vai contar com a participação de organizações multilaterais e da sociedade civil. O lançamento aconteceu em Bridgetown, em Barbados, durante a Cúpula Regional de Segurança e Justiça. Os recursos para os projetos na área destinados pelo banco devem quintuplicar em 2025.

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"O crime organizado opera além das fronteiras e exige uma ação regional ousada e coordenada. A colaboração aprimorada é essencial para proteger comunidades, fortalecer instituições e capacidades e desincentivar atividades ilícitas na região", disse o presidente do BID, Ilan Goldfajn. De acordo com ele, a Aliança para Segurança, Justiça e Desenvolvimento permitirá "parcerias estratégicas e mobilização de recursos, essenciais para amplificar o impacto dos esforços de nossos países no combate ao crime organizado".

O BID informou que a Aliança será orientada por um comitê diretor. Ele contará com três grupos de trabalho técnicos envolvendo mais de 20 países. Segundo nota divulgada pelo banco, "esses grupos já estão promovendo iniciativas direcionadas, incluindo a redução da violência e do tráfico em comunidades em risco, aprimorando os sistemas de segurança por meio de tecnologia e colaboração e reduzindo mercados ilícitos com ferramentas avançadas e coordenação".

Cinco organizações multilaterais que devem participar da aliança: a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), a Diretoria de Investigação Antimáfia (DIA) do Ministro do Interior da Itália, o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF). "Todas essas organizações se uniram oficialmente à Aliança, sinalizando um compromisso regional e global fortalecido e demonstrando amplo apoio multissetorial para essa iniciativa", informou o banco.

De acordo com o BID, caberá ao Equador a primeira presidência da Aliança. O BID atuará como secretaria técnica, fornecendo apoio estratégico e contribuindo para mobilizar recursos. Integram a aliança na América Latina, Argentina, Bahamas, Barbados, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai. No Caribe, vai operar por meio do One Safe Caribbean, um braço do Programa ONE Caribbean 2024-2028 do BID.

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De acordo com Goldfajn, o BID tem uma linha de crédito projetada de US$ 1 bilhão para 2025, o que significa cinco vezes o total de 2024 (US$190 milhões). Ele ressaltou que esta é uma projeção do BID, que deve trabalhar para mobilizar ainda mais recursos de atores públicos e privados. No caso do Brasil, o BID já financia projetos na para de segurança feitos com os estados e com a Polícia Federal.

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