O Brasil pode se tornar um dos países com maior número de ministérios na América Latina após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo um levantamento feito pelo jornal O Globo nesta terça-feira, 29, o Brasil seria o segundo país com mais pastas no continente junto com a Venezuela.
Em discurso, Lula já afirmou que pretende aumentar em 40% o número de ministérios - o que é essencial para agradar aliados que apoiaram sua eleição. A campanha petista contou com uma grande coligação de partidos, que agora devem demandar espaço no novo governo.
Se essa promessa se cumprir, o Brasil poderia passar dos 23 atuais ministérios para mais de 30, ficando atrás apenas da Venezuela, que tem 33 pastas.
Atualmente, apenas o Chile tem mais ministérios do que o Brasil - são 24, mas o país governado por Gabriel Boric aponta para uma tendência de enxugar essa quantidade.
Entre as pastas que Lula já sinalizou querer criar ou recriar estão Planejamento, Igualdade Racial, Previdência Social, Segurança Pública, Povos Originários, Pesca, Cultura, entre outros. Boa parte dessas pastas foram anexadas a outras durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Em governos anteriores, Lula chegou a ter 37 pastas, um recorde batido por sua sucessora Dilma Rousseff (PT) e seus 39 ministérios.
Cotados
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, entre os cotados para assumir pastas estão Simone Tebet (MDB), que manifestou interesse em comandar a Educação, pasta que sempre foi cobiçada pelo PT.
O senador eleito Flávio Dino, do PSB do vice eleito Geraldo Alckmin, pode assumir a Justiça, que provavelmente será separada da Segurança Pública.
Fernando Haddad também é cotado para a Casa Civil, por ser considerado alguém de perfil mais técnico, embora também tenha traquejo político.
Há, ainda, nomes que o presidente eleito vê como curingas. É o caso de Wellington Dias, que administrou duas vezes o Piauí; do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); da deputada eleita Marina Silva (Rede), ex-ministra do Meio Ambiente; e dos senadores Jaques Wagner (PT) e Randolfe Rodrigues (Rede), além do ex-chanceler Aloysio Nunes, primeiro nome do PSDB a apoiar o petista, e o ex-coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT), que foi ministro da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Casa Civil na gestão Dilma.
* Com informações do Estadão Conteúdo