A campanha eleitoral em Minas Gerais começou a esquentar definitivamente nesta sexta-feira. No Minascentro, no centro de Belo Horizonte, o Partido dos Trabalhadores confirmou, durante encontro estadual, o ex-ministro Fernando Pimentel como candidato ao governo do Estado. O PSDB não perdeu tempo e divulgou nota, na qual afirmou que os adversários, por estarem preocupados com "a queda nas pesquisas eleitorais" do candidato petista, lançou pela segunda vez o nome de Pimentel em evento que contou com a presença do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. A aliança do Movimento Todos Por Minas, que lançou candidato Pimenta da Veiga (PSDB), disse que a primeira tentativa "não pegou" e por isso o novo evento desta sexta-feira.
Como a oportunidade de discursar era do candidato petista, Fernando Pimentel então a aproveitou para atacar a administração dos tucanos em MG, a qual classificou de calamidade total: "em cima, o governo federal, embaixo, os municípios, que se desdobram para atender aos cidadãos com o que o governo federal oferece. No meio, nada, nada, a ausência completa do governo do Estado onde tinha que atuar," cutucou Pimentel, enumerando em seguida as áreas nas quais, para ele, há problemas: "a segurança é do governo do Estado: calamidade total. Educação, estão aí os professores em greve, mais uma vez (…) Saúde, onde estão os hospitais regionais? Tem verbas federais para fazê-los, mas o Estado não se habilita, não coordena, não procura, não se empenha, e depois vem dizer que obras federais estão atrasadas em Minas por culpa do governo federal. O metrô de Belo Horizonte, quatro anos sem projetos, o dinheiro federal para acabar o projeto existe, está lá. Acabaram de entregar às pressas porque começa a campanha eleitoral. Um projeto malfeito, fajuto, que não resiste a uma análise técnica bem feita como está sendo feita pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério das Cidades," citou.
O deputado federal Odair Cunha, presidente do PT em Minas Gerais, também acusou os adversearios de apropriação indevida dos projetos sociais do governo federal: "que o governo de Minas deixe de ser um governo parasita, que se aproveita dos programas e projetos federais alterando simplesmente o nome sem ter compromissos com os objetivos centrais. Os nossos objetivos centrais não são um projeto pessoal de um indivíduo, são um projeto dos mineiros," provocou Cunha.
O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, seguiu a linha dos colegas, dizendo que a oposição trava, segundo ele, mudanças importantes para o País, como a reforma política e a democratizacao da mídia: "os nossos adversários não têm tradição de ouvir, tanto é que querem acabar com eleições a cada cinco anos, ao invés de dois. Essa deve ser uma das medidas impopulares que os nossos adversários anunciam," afirmou.
"Espantemos as aves de mau agouro e aqui em Minas Gerais tem um ninho de mau agouro de um dos candidatos que tem um bico longo e um fôlego curto," continuou, se referindo, em seguida, ao tema da reforma política, que segundo o presidente do PT voltará à pauta com a apresentação, por parte do governo federal, de uma proposta de realização de plebiscito para consultar a população, "entre 1º e 7 de setembro, na semana da Pátria."
Josué Gomes da Silva (PMDB), empresário e filho do ex-vice presidente José Alencar, possível candidato ao Senado na chapa formada entre PT e PMDB, também aproveitou o seu discurso para provocar os tucanos, ressaltando as ações do governo petista à frente do governo federal, principalmente nas áreas da indústria e do agronegócio, e criticando os anos em que o País foi comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: "(o País) mudou porque antes vivíamos com o pires na mão pedindo dinheiro ao FMI," afirmou.