Oito anos fora do governo de Mato Grosso do Sul, fazendo oposição ao PMDB, o PT volta à disputa com o candidato que lidera as pesquisas de voto, o senador Delcídio do Amaral. A candidatura foi lançada em convenção nesta sexta-feira, em Campo Grande, com milhares de pessoas, atraídas principalmente pela presença do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.
Além da figura popular do Lula, Delcídio levou para o palanque autoridades de partidos que estão em coligações adversárias nesta eleição. O presidente da Associação dos Municípios de MS, Douglas Figueiredo, que pediu para sair do PSDB (concorre com candidato próprio na majoritária) e o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos. O líder da Casa de Leis é figura importante dentro do PMDB e decidiu subir no palanque petista mesmo com a ameaça peemedebista de expulsar os integrantes infiéis.
Ainda no “ônibus do Delcídio”, como o candidato apelidou o grupo de aliados, estão 10 partidos aliados em quatro coligações: PV, PTC e PCdoB; PT, PROS e PR; PDT e PSDC; PRP, PSL e PTB. Em seu discurso, ele ressaltou ter o apoio de 40 prefeitos do Estado.
A chapa majoritária petista será composta pelo senador e como vice o deputado estadual Londres Machado (PR), que está há 11 mandatos na Assembleia. Para senador, o nome escolhido foi do presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache.
Como propostas de governo, Delcídio comprometeu-se a tratar de questões polêmicas da região, como a indígena e da área fronteiriça, com políticas de saúde e segurança. Além disso, frisou que apesar de MS ser o Estado do agronegócio, é preciso industrializar. “Vamos olhar com atenção a questão tributária, para incentivar micro e pequenos empresário”, frisou.
Delcídio do Amaral é senador pelo Estado desde 2003 e disputará o governo de Mato Grosso do Sul pela segunda vez. Em 2006, ele foi escolhido pelo PT para tentar manter o partido no comando do Estado, que por 8 anos ficou nas mãos do Zeca do PT, mas Delcídio perdeu a eleição para o atual governador, André Puccinelli – há dois no poder.
O nome do senador já aparecia como forte nas pesquisas mesmo antes do partido oficializar o seu nome como candidato. A preferência entre o eleitorado permanece mesmo após as denúncias de corrupção na Petrobras envolvendo seu nome. Sua atuação como diretor de Gás e Energia da Petrobras é investigada na CPI, que aponta o senador como um dos responsáveis pela aquisição da refinaria de Pasadena (EUA). “A turma do baixo nível ataca de cá, de lá, mas as pesquisas continuam colocando o Delcídio em 1º”, comemorou.
Lula
Lula chegou para o encerramento da convenção e aproveitou o seu discurso para ressaltar os avanços do governo PT em comparação com os oito anos dos tucanos. “Quero dizer para a juventude, que não viu o que o Brasil era e o que fizemos”, ressaltou, enumerando dados de melhoria na geração de empregos, educação, habitação e renda, principalmente no que diz respeito ao acesso do “pobre aos serviços que antes eram só dos ricos”.
O petista também enalteceu os repasses feitos pelo Governo Federal para o Estado, disparando que fica orgulhoso em dizer as “avenidonas da Capital” e poder dizer que foram feitas “com dinheiro federal”, referindo-se aos convênios da Prefeitura para abertura de novas vias na cidade.