Partido que terá a maior fatia de recursos públicos para investir nas eleições de 2022 - quase R$ 1 bilhão dos fundos eleitoral e partidário - o União Brasil, resultado da fusão entre PSL e DEM, indicou a sua lógica de alianças no jantar que selou nesta terça, 21, o apoio à candidatura do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao Palácio dos Bandeirantes.
Diferentemente de outros partidos, o União Brasil abriu mão de investir na disputa presidencial para se concentrar nas eleições proporcionais com o objetivo de eleger o maior número de deputados federais e investir em poucas candidaturas estaduais competitivas, sendo a principal delas a de ACM Neto. O ex-prefeito de Salvador costurou o acordo com Garcia e terá o apoio do PSDB para a disputa pelo governo baiano.
O tamanho das bancadas eleitas na Câmara define a fatia de recursos públicos para as campanhas. A visão pragmática do União Brasil e de seus principais líderes - ACM Neto e Luciano Bivar - deve ser confrontada por forças internas mais alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro, ou que desejam uma composição com Sérgio Moro (Podemos) ou mesmo com o governador paulista João Doria (PSDB).
"Não vamos deixar de conversar com Sérgio Moro. Inclusive alguns diálogos já aconteceram com o Podemos e com ele, mas não há indicativo de apoio a ele nesse momento", disse ACM Neto. "Vamos organizar os Estados e só depois disso vamos discutir a aliança nacional." Bivar cita conversas "em linha nacional" com o PSDB, MDB e Podemos. "São conversas que temos que fazer para termos uma candidatura exequível que atenda os anseios da sociedade."
Segundo Garcia, a dinâmica das coligações estaduais não segue a lógica nacional. "Não temos verticalização no Brasil. Eu estava aqui ao lado do ACM Neto, presidente do DEM e futuro secretário-geral do União Brasil. Ele tem no seu palanque o apoio do meu partido, o PSDB. Isso incentivou o União a fazer esse apoio aqui".
No plano estadual, outra prioridade do União Brasil será reeleger Ronaldo Caiado (DEM), em Goiás, e há planos de capitalizar candidaturas aos governos de Rondônia, Mato Grosso e Ceará, onde o PSL acredita ter nomes com chances de vitória.
O deputado Junior Bozzella (SP), que é da direção nacional do PSL e estará na executiva do União Brasil após a formalização da sigla, avalia que o fundo eleitoral vai incentivar que a legenda invista em candidatos sem mandato. "A prioridade sempre foi eleger o maior número de deputados federais. Com mais recursos, será possível investir mais nas candidaturas para governo e em candidatos sem mandato."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.