A comissão externa criada na Câmara dos Deputados para investigar denúncias contra a Petrobras aprovou, nesta quarta-feira, um pedido para ouvir o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está preso no Paraná. Com isso, a oposição tentará incluir apurações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, numa comissão que tinha como objetivo exclusivo buscar detalhes sobre denúncias envolvendo funcionários da Petrobras e a empresa holandesa SBM OffShore.
Preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro em todo o País, Costa foi diretor de Abastecimento da Petrobras e participou da compra da refinaria de Pasadena, um negócio que custou cerca de US$ 1,2 bilhão. O ex-dirigente poderá se recusar a falar aos deputados, mas a oposição vê como “simbólica” a aprovação do requerimento enquanto o governo tenta evitar a CPI da Petrobras.
“Pode se recusar, mas a presença da nossa comissão externa é simbólica. Estamos em um momento que a oposição está sendo cerceada no seu direito de minoria, que é uma CPI. Então com certeza a aprovação dessa oitiva é uma vitória da oposição que se via novamente em minoria, mas a minoria não está sendo tão fácil para o governo”, disse o líder do SDD, Fernando Francischini (PR). A comissão definiu que os deputados vão tentar conversar com Costa no Paraná, na Superintendência da Polícia Federal.
A comissão externa é formada por maioria governista, com cinco deputados, e três representantes da oposição. Os nomes escolhidos por partidos da base são, no entanto, pouco alinhados com o Palácio do Planalto. Apenas o petista Luiz Alberto (BA) votou contra a oitiva de Costa.
A comissão também aprovou convites para ouvir o diretor da SBM no Brasil, Philippe Levy, e o empresário Júlio Faerman, que teria intermediado quantias de dinheiro para a empresa holandesa.