A comissão especial formada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para analisar o impeachment do governador afastado, Wilson Witzel (PSC), vota nesta quinta-feira, 17, o relatório do deputado Rodrigo Bacellar (SD), favorável ao andamento do processo. A tendência é que o colegiado aprove o texto com folga - são necessários 13 votos, maioria simples da comissão. Uma vez aprovado na comissão, o relatório será levado aos 70 deputados já na semana que vem.
No plenário, são necessários 47 votos para aprovar o impedimento do governador. Neste caso, será formada então uma comissão mista composta por parlamentares e desembargadores para analisar a cassação do mandato. Witzel é acusado de praticar atos de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As primeiras suspeitas começaram na Saúde durante a pandemia da covid-19.
No parecer, o relator fala em "descaso com a vida e oportunismo com a desgraça". No relatório de 77 páginas, Bacellar destaca principalmente os momentos em que o governador afastado teria atuado para firmar contratos com as organizações sociais Unir Saúde e Iabas, acusadas de terem como sócio o empresário Mário Peixoto, pivô de recentes denúncias de corrupção na pasta.
Apelo
A defesa do governador foi apresentada à comissão no início deste mês. Na tentativa de convencer os deputados, Witzel enviou ontem um vídeo em que faz um apelo para que a Casa o deixe permanecer no cargo.
Com trilha sonora dramática, Witzel sobe o tom quando diz que foi afastado do cargo "sem direito de defesa", chama de "levianas" as acusações do Ministério Público Federal e afirma que, no governo, combateu a corrupção e o crime organizado.
"Todas as acusações levianas contra mim serão desmascaradas, mas até o presente momento não tive meu direito de defesa", afirma o governador afastado. Ao abordar especificamente o impeachment, Witzel diz que a Casa foi induzida ao erro. "Peço ao povo do Rio de Janeiro e ao parlamento que não deixe isso (afastamento) acontecer. O governador Wilson Witzel precisa terminar o seu mandato."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.