Lula recebe alta hospitalar: 'Confesso que fiquei assustado'

Presidente deve passar os próximos dias em sua residência em São Paulo, para acompanhamento médico, mas já pode voltar a trabalhar; ele deixou o hospital acompanhado por comboio de 9 carros e apoio da Polícia Militar

15 dez 2024 - 11h36
(atualizado às 13h47)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em alta hospitalar e foi liberado pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, neste domingo, 15. Lula apareceu durante entrevista coletiva da equipe médica que o acompanha e se emocionou ao falar sobre o resultado do exame de tomografia que o fez voltar ao hospital na última segunda-feira, 9. "Confesso para vocês que fiquei um pouco assustado pelo volume de crescimento da quantidade de líquido na minha cabeça", disse.

"Quando os companheiros médicos viram a tomografia, eles ficaram assustados e pediram para eu vir urgente para São Paulo", relatou o presidente. Lula teve uma queda no banheiro em outubro deste ano e o choque que sofreu, ao bater a cabeça na banheira, gerou uma hemorragia intracraniana cujo tratamento demandou duas cirurgias nesta semana. "Achei que estava curado, voltei a fazer esteira, fazer musculação, mas eu não estava totalmente liberado", comentou. Ele diz que sentiu dores de cabeça desde o domingo, 8, e voltou ao hospital na segunda-feira.

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Lula deixa o Hospital Sírio Libanês após alta hospitalar neste domingo
Lula deixa o Hospital Sírio Libanês após alta hospitalar neste domingo
Foto: Fabio Vieira/Estadão / Estadão

Durante a entrevista coletiva, a equipe médica que o acompanha sinalizam que o chefe do Executivo deverá ficar em sua casa em Alto de Pinheiro, bairro nobre da zona oeste da capital paulista, até a quinta-feira, 19, para acompanhamento da saúde e conferência da cicatrização da cirurgia. "Posso voltar a trabalhar normal", disse o presidente. Lula deixou o hospital em um comboio com nove carros, uma ambulância e escolta da Polícia Militar.

Sobre a prisão do general Walter Braga Netto, Lula disse que tem "paciência". "Acho que ele tem todo direito a presunção de inocência. O que eu não tive, quero que ele tenha", afirmou. "Mas se fizeram o que acham que fizeram, quero que sejam punidos severamente".

Lula passou por uma tomografia de controle neste domingo e deve passar por mais um exame do tipo na quinta-feira, mas os profissionais afirmam que ele se encontra estável, caminhando normalmente e teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava. O presidente pode retomar suas atividades no Executivo, mas com restrições nos próximos 15 dias, sem atividades físicas. Ele pode, no entanto, fazer reuniões e despachar normalmente.

O neurocirurgião Marcos Stávale, responsável pelos procedimentos realizados no presidente Lula, informou que será necessário um acompanhamento tomográfico para monitorar a cicatrização do hematoma na cabeça. De acordo com o médico, esse processo deve levar de 45 a 60 dias. O neurologista Rogério Tuma acrescentou que, após a cicatrização completa, não será necessário nenhum acompanhamento específico relacionado ao caso.

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O chefe do Executivo está internado desde a segunda-feira, dia 9, após sofrer fortes dores de cabeça. Lula precisou passar por dois procedimentos médicos na cabeça nesta semana, em decorrência da queda que sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro.

Na sexta-feira, 13, Lula apareceu caminhando pelo hospital após deixar a UTI em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram. Foi a primeira aparição pública do presidente desde sua internação. Durante a semana que passou no hospital, o presidente passou por duas cirurgias: a primeira, uma craniotomia, e a segunda, uma embolização de artéria meníngea média.

O problema que surgiu nesta semana é oriundo de uma queda que Lula sofreu em outubro, no banheiro do Palácio da Alvorada. O médico Rogério Tuma relatou que o acidente causou hematomas nos dois lados do crânio, sendo que um deles havia sido absorvido pelo organismo. "O presidente está normal. Está muito bem e apto a praticar qualquer ato da vida civil. A única coisa é que há recomendação médica para que não se esforce física e mentalmente", disse o médico.

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