'Conluio': agentes da atual gestão dificultaram acesso da PF a arquivos da Abin

Membros da cúpula Abin de Lula dificultaram que a PF tivesse acesso ao Centro de Inteligência Nacional

27 jan 2024 - 16h20
Agentes da Abin podem ter agido em "conluio" com servidores da agência investigados no caso das espionagens ilegais.
Agentes da Abin podem ter agido em "conluio" com servidores da agência investigados no caso das espionagens ilegais.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Membros da cúpula da atual gestão da Agência Brasileira de Investigação (Abin), nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), podem ter agido em "conluio" com servidores da agência investigados no caso das espionagens ilegais. 

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os agentes tentaram dificultar a apuração da Polícia Federal (PF) a arquivos da Abin. Para a PF, a cúpula da agência estaria preocupada com a exposição da espionagem clandestina de autoridades.

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De acordo com o jornal O Globo, durante a realização das buscas na sede da Abin, na quinta-feira passada, membros da equipe do atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, dificultaram que a PF tivesse acesso ao Centro de Inteligência Nacional. 

O argumento dos agentes para impedir a busca e apreensão dos policiais no local foi o de que a decisão proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes era genérica. Com isso, a PF precisou solicitar ao magistrado um novo pedido de busca na Abin.

Emitido enquanto a operação acontecia, no novo pedido Moraes detalhou o alcance das buscas na sede da Abin, inclusive citando a possibilidade de prisão em flagrante para quem criasse embaraços para a investigação. Foi só a partir daí que a PF conseguiu acessar as pastas.

Abin ‘paralela’

A investigação apura suspeita de espionagens ilegais no órgão durante o governo Jair Bolsonaro - a investida teria como objetivo monitorar nomes que o então presidente considerava adversários e ajudar na defesa de filhos de Bolsonaro em investigações criminais. Ramagem, hoje deputado (PL-RJ), comandou a Abin de julho de 2019 a março de 2022.

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Quem é Alexandre Ramagem, alvo de operação da PF Quem é Alexandre Ramagem, alvo de operação da PF

Conforme a PF, delegados federais que estavam cedidos para a Abin "utilizaram o FirstMile (software que dá acesso à geolocalização em tempo real e a dados pessoais registrados nas operadoras de telefonia) para monitoramento de alvos e autoridades, bem como para serviço de contrainteligência e criação de relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas".

A PF afirmou que a estrutura da Abin também foi usada para produzir informações que teriam ajudado na defesa dos filhos de Bolsonaro em investigações criminais. Relatórios da agência teriam sido compartilhados para subsidiar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na apuração sobre as "rachadinhas" e Jair Renan em inquéritos sobre tráfico de influência, estelionato e lavagem de dinheiro.

Fonte: Redação Terra
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