EUA elogiam Bolsonaro sobre saída de cubanos do Mais Médicos

Pelo Twitter, americanos afirmaram que brasileiro "tomou posição contra regime cubano"

16 nov 2018 - 23h32
(atualizado em 17/11/2018 às 10h16)
Presidente eleito, Jair Bolsonaro
Presidente eleito, Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado / Estadão

O Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos elogiou na noite desta sexta-feira, 16, o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), por sua postura em relação ao programa Mais Médicos. Através da conta oficial de Twitter do órgão, o Conselho de Segurança Nacional divulgou em duas postagens, uma em inglês e uma em português a mensagem: "Elogiamos o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, por tomar posição contra o regime cubano por violar os direitos humanos de seu povo, incluindo médicos enviados para o exterior em condições desumanas".

O Conselho de Segurança Nacional é o principal fórum da presidência nos Estados Unidos para assuntos de segurança nacional e relações de política internacional.

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Mais cedo, a secretária para assuntos de Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Kimberly Breier, já havia se manifestado nesse sentido. "Que bom ver o presidente eleito Bolsonaro insistir em que os médicos cubanos no Brasil recebam seu justo salário em vez de deixar que Cuba leve a maior parte para os cofres do regime", escreveu ela em sua conta no Twitter.

Na quarta-feira, o governo cubano informou que está se retirando do programa social Mais Médicos do Brasil após declarações "ameaçadores e depreciativas" de Bolsonaro, que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto. O programa Mais Médicos tem 18.240 profissionais - sendo 8.332 cubanos. Nesta sexta, Bolsonaro voltou a criticar os termos do acordo com Cuba no Mais Médicos e disse que a situação dos profissionais de saúde cubanos é "praticamente de escravidão" e questionou a qualidade dos serviços prestados.

Assessor americano planeja viagem ao Brasil

A aproximação entre o governo americano e o entorno de Bolsonaro vem acontecendo desde a eleição do brasileiro. O Assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, planeja uma viagem ao Brasil no próximo dia 28 e 29 na qual deverá se encontrar com o presidente eleito, Jair Bolsonaro. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada com duas fontes pelo Estado. O governo americano ainda não bateu o martelo sobre a viagem, mas a possibilidade de que o americano se encontre com Bolsonaro vem sendo discutida nas últimas semanas.

No início do mês, em discurso, Bolton considerou a eleição de Bolsonaro no Brasil como um sinal positivo na América Latina e destacou que o brasileiro é um parceiro com ideias semelhantes às dos EUA. Bolton, que é um dos conselheiros de Trump para política externa, considera Bolsonaro como um aliado na região contra governos de esquerda como Venezuela, Cuba e Nicarágua - o que ele já chamou de "troica da tirania".

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A ideia é que Bolton vá ao Brasil antes de ir a Buenos Aires, na Argentina, para o encontro do G-20. Até o momento, a Casa Branca não respondeu questionamentos da reportagem sobre a viagem.

Eduardo Bolsonaro irá aos Estados Unidos

Dias antes de Bolton ir ao Brasil, o deputado eleito Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito e um dos articulares da aproximação do novo governo com os Estados Unidos, viajará a Washington. Na capital americana, ele participará de um evento a portas fechadas com membros do Brazil-US Business Council e de um almoço organizado pelo American Enterprise Institute nos dias 26 e 27.

O grupo ligado a Eduardo Bolsonaro tenta costurar, nos EUA, conversas com parlamentares republicanos, integrantes da Casa Branca e membros do Conselho de Segurança Nacional.

Há cerca de 20 dias, o Brazil-US Business Council, que irá receber Eduardo Bolsonaro, organizou evento sobre as eleições no Brasil no qual esteve presente Landon Loomis. Loomis é conselheiro do vice-presidente Mike Pence e, por já ter morado no Brasil em posto na embaixada americana no País, é considerado uma das portas de acesso do grupo de Bolsonaro à Casa Branca.

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A ideia é que, depois de Washington, ele vá a Nova York para um novo encontro com integrantes do mercado financeiro, como fez em agosto, acompanhado de Filipe Martins, assessor para assuntos internacionais do PSL.

Logo após a eleição, o filho de Bolsonaro já planejava uma viagem aos EUA com encontros com o vice-presidente Mike Pence e o secretário de Estado, Mike Pompeo, mas os planos não saíram do papel e a viagem foi postergada.

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