A empresa de consultoria do ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, recebeu R$ 29,3 milhões entre os anos de 2006 a 2013, de acordo com dados da Receita Federal publicados pelo jornal Folha de S. Paulo. A JD Assessoria e Consultoria teve seu maior faturamento (cerca de R$ 7 milhões) em 2012, ano em que Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Produzido a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o documento com a quebra de sigilo fiscal do ex-ministro da Casa Civil foi incluído na terça-feira na ação penal em que ele é investigado na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Condenado a dez anos e dez meses de prisão no julgamento do mensalão, Dirceu ficou menos de um ano em regime fechado e agora está em prisão domiciliar.
Dirceu e sua consultoria são investigados na Lava Jato sob suspeito de teram recebido recursos ilícitos de empreiteiras que têm contratos com a Petrobras.
Segundo o jornal, entre as que estão envolvidas na investigação, a empreiteira que mais pagou a Dirceu foi a OAS (R$ 2,44 milhões). Em seguida aparecem Engevix (R$ 1,285 milhão), UTC (R$ 1,18 milhão) e Camargo Corrêa (R$ 1,11 milhão).
Imóvel
A Receita também aponta um problema na compra de um imóvel por Dirceu em 2012. O ex-ministro diz ter pago R$ 400 mil com recursos próprios em maio daquele ano, mas os valores não circularam pela sua conta corrente, segundo auditores fiscais. A movimentação na conta de Dirceu naquela ano foi de R$ 299,1 mil, de acordo com o Fisco.