A contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, afirmou em depoimento à Polícia Federal que o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) é sócio informal de Youssef na empreiteira Malga Engenharia. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, o deputado e o doleiro trocaram 1.411 mensagens entre setembro de 2013 e março deste ano e a Malga e pagamentos são assuntos frequentes nessa troca de mensagens.
O jornal afirma que Youssef chegou a entregar dinheiro no apartamento que a Câmara dos Deputados cede a Argôlo e que o parlamentar usou recursos da Casa para pagar passagem e hotel para encontros com o doleiro.
Segundo a reportagem, a empreiteira é uma das três empresas de Youssef que não eram de fachada. A Malta chegou a ser subcontratada pela Delta para fazer a obra de duplicação da BR-163, no Paraná, num contrato de R$ 115 milhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Terrestres (Dnit).
Numa das mensagens entre o deputado e Youssef, em outubro de 2013, o parlamentar afirma que “a fatura da Malga este mês será de 155", e o doleiro responde: "Preciso receber na data, por favor". Segundo interpretação da PF, 155 é R$ 155 mil.
Ao Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz federal Sergio Moro, de Curitiba também apontou indícios de que o parlamentar possa ter cometido crime nas relações com o doleiro. Segundo o juiz, "há, aparentemente, registro de negócios comuns, envolvendo construtoras e licitações" que devem ser investigadas.
Argôlo não foi localizado pelo jornal para comentar as suspeitas. Segundo a publicação, na defesa que exibiu à Comissão de Ética, ele desqualificou as provas.