Contrato liga vereador Milton Leite a empresa acusada de elo com PCC, diz site

Leite é investigado na Operação Fim da Linha, que apura a infiltração do PCC no sistema de transporte por ônibus em SP; ele nega acusações

4 set 2024 - 15h49
(atualizado às 15h55)
Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite
Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite
Foto: Reprodução/Instagram:@miltonleite.sp

A construtora Neumax, do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, está recebendo pagamentos mensais no valor de R$ 812 mil da empresa de ônibus Transwolff, acusada de lavagem de dinheiro para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O valor se refere ao aluguel de um conjunto industrial e um terreno localizados na Zona Sul de São Paulo, segundo revelado pelo UOL

De acordo com a reportagem, a Neumax pertence a Milton Leite e seus filhos, o deputado estadual Milton Leite Filho e o deputado federal Alexandre Leite, todos filiados ao partido União Brasil.

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Documentos obtidos com exclusividade pelo UOL revelam que o contrato de aluguel foi assinado por Milton Leite e Luiz Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, dono da Transwolff e acusado de integrar o PCC. Pandora também figura como fiador do contrato, que já transferiu aproximadamente R$ 20 milhões para a construtora de Leite até agosto deste ano.

O contrato, iniciado em janeiro de 2022 e válido até dezembro de 2026, detalha o aluguel de um "conjunto industrial" localizado na avenida Paulo Guilguer Reimberg e de um terreno na Capela do Socorro. A área, que abrange 18 mil m² de construção em um terreno de 60 mil m², tem valor venal de R$ 58 milhões, conforme consulta ao site da Prefeitura de São Paulo. De acordo com o mercado imobiliário, o aluguel justo seria em torno de R$ 290 mil por mês, bem abaixo dos R$ 812 mil pagos pela Transwolff.

Desde abril, quando a Operação Fim da Linha foi deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar a infiltração do PCC no sistema de transporte por ônibus, a Transwolff está sob intervenção da SPTrans, órgão da Prefeitura de São Paulo. Notificações do comitê de intervenção, afixadas na portaria da garagem da Transwolff, indicam a implantação de vigilância noturna e proibições quanto a manifestações políticas durante o horário de trabalho.

Em nota, a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo afirmou ao Terra que "o contrato publicado nunca esteve em vigor e, portanto, o valor informado é uma mentira". O advogado de Pandora, por sua vez, afirmou ao UOL que ele está judicialmente impedido de dar entrevistas sobre o caso.

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A relação de Leite com a Transwolff está no radar do MP-SP, que investiga o vereador na Operação Fim da Linha. A investigação já resultou na prisão temporária de Pandora, que foi libertado após obter um habeas corpus. Além do contrato de aluguel, a Neumax também é citada em auditorias independentes como um dos principais fornecedores da Transwolff entre 2021 e 2022, recebendo mais de R$ 2 milhões durante esse período.

Fonte: Redação Terra
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