O coração preservado em formol do imperador Dom Pedro I chegou a Brasília na manhã desta segunda-feira, 22, como parte das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro. A relíquia ficará no Palácio Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios, onde poderá ser vista pelo público.
Na manhã dessa terça-feira, dia 23, o artefato será recebido na rampa do Palácio do Planalto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com honras militares - o rito é o mesmo utilizado nas visitas de chefes de Estado estrangeiros.
A aprovação para a vinda do coração de Dom Pedro I foi concedida pela Câmara Municipal da cidade do Porto, em Portugal, onde o coração do mandatário brasileiro está preservado seguindo orientações deixadas por ele em seu testamento.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram convidados para a recepção ao coração de Dom Pedro I no Palácio do Planalto, onde serão executados os hinos nacional e da Independência.
No dia 6 de setembro, haverá uma cerimônia com a presença dos chefes de Estado dos países de língua portuguesa, inclusive o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Após a recepção por Bolsonaro, o coração permanecerá no Palácio Itamaraty até 8 de setembro. A partir de quinta-feira, dia 25, a relíquia poderá ser vista pelo público em geral - durante a semana, só visitantes agendados previamente poderão ir ao salão onde o coração ficará guardado. O público geral poderá ver o artefato aos fins de semana.
Chamado em Portugal de Pedro IV, Dom Pedro I nasceu em Queluz, na região metropolitana de Lisboa, em 1798. Pisou no Brasil pela primeira vez em 1808, junto com o restante da Corte Portuguesa, quando Portugal foi invadido pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte. Em 1822, foi o responsável por proclamar a Independência do Brasil, sendo imperador até 1831.
Apesar de o coração do imperador ficar em Portugal, os demais restos mortais estão no Brasil: ele e outros integrantes da Casa Imperial estão sepultados numa cripta que fica sob o Monumento à Independência, no Parque da Independência, em São Paulo. Os despojos foram trazidos ao Brasil pela ditadura militar para a comemoração dos 150 anos da Independência, em 1972.