O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse nesta terça-feira, na CPI mista da Petrobras, que é um erro eximir o conselho de administração da estatal pela compra da refinaria de Pasadena, em 2006. O grupo era presidido pela presidente Dilma Rousseff na época em que foi fechado o negócio.
“A responsabilidade de aprovar uma compra de um ativo como Pasadena é de 100% do Conselho de Administração. A Petrobras tem uma diretoria que faz uma indicação. (...) Eximir o Conselho de Administração da Petrobras da compra de Pasadena é um erro”, disse o ex-diretor da Petrobras, durante acareação com o ex-diretor Nestor Cerveró, que foi responsável pela área Internacional.
Cerveró foi responsabilizado pela presidente Dilma por ter elaborado um relatório falho que embasou a compra de metade da refinaria da belga Astra Oil. Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto em março, Dilma disse que só apoiou a compra por causa da omissão de duas cláusulas num resumo elaborado pelo ex-diretor. Uma delas previa que uma das partes deveria adquirir toda a unidade em caso de desacordo, o que acabou ocorrendo.
Em sua versão, Cerveró manteve a versão de que a refinaria de Pasadena, que acabou custando ao Brasil mais de US$ 1,2 bilhão, era um bom negócio para a época. Em julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou 11 diretores da estatal por um prejuízo de US$ 792 milhões com a compra.
“Pasadena foi um bom negócio dentro do planejamento estratégico da Petrobras na época”, disse Cerveró. A tese foi defendida por Paulo Roberto Costa.