O ex-diretor da Petrobras e principal delator do esquema de corrupção dentro da estatal, Paulo Roberto Costa, afirmou em depoimento da delação premiada que intermediou, em 2010, o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 de campanha de Eduardo Campos, então candidato à reeleição ao governo de Pernambuco. Segundo revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, Costa disse que o operador da transação foi o ex-ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff (PT), eleito senador pelo PSB de Pernambuco e ex-braço direito de Campos.
Costa disse que Bezerra pediu a ele dinheiro para ser usado na campanha de Campos, que morreu no dia 13 de agosto, em um acidente aéreo em Santos, no litoral de São Paulo. O ex-diretor da Petrobras também apontou envolvimento de pelo menos 32 deputados e senadores e o PT, o PSDB, o PMDB e o PP com os esquemas de propina nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Ao jornal, o ex-ministro da Integração Nacional e senador eleito pelo PSB de Pernambuco Fernando Bezerra chamou de “levianas e mentirosas” as acusações de Paulo Roberto Costa. Bezerra disse ainda que as declarações buscam “manchar a memória” do ex-governador Eduardo Campos.
Por meio de assessoria, ele disse que nunca atuou na área financeira da campanha de Campos ao governo de Pernambuco, em 2010. “Na campanha à reeleição de Eduardo Campos, em 2010, Fernando Bezerra Coelho não teve papel de coordenador nem de tesoureiro. Portanto, nunca tratou de doações à campanha com quem quer que seja”, diz a nota.
Sobre a aproximação com Costa, o ex-ministro disse que chegou a ter contatos “institucionais” na época em que ocupava os cargos de secretário de Pernambuco e de presidente do Porto de Suape.
O irmão de Campos, Antonio Campos, não quis comentar o caso. Indicou o advogado do ex-governador, que não foi localizado. Já o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, disse que não era presidente na época e não comentou o assunto.