A CPI mista da Petrobras aprovou nesta terça-feira a realização de uma acareação entre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró. Dessa forma, deputados e senadores convocarão ambos na mesma sessão para falar sobre as denúncias de corrupção na estatal.
Os diretores já estiveram em outras ocasiões na CPI mista da Petrobras. Em setembro, quando estava preso, Paulo Roberto Costa se negou a falar aos parlamentares. Na época, ele prestava informações aos investigadores em troca de redução de pena e não podia revelar os detalhes da delação premiada.
Para o autor do requerimento que pede a acareação, deputado Enio Bacci (PDT-RS), colocar os dois frente a frente é importante para esclarecer contradições sobre recebimento de propina. "O Paulo Roberto afirmou que o Cerveró recebeu propina, sim. O Cerveró negou aqui no dia 10 de setembro e, hoje, o noticiário reafirma isso. Então, vamos colocar os dois frente a frente", disse.
O líder do PT no Congresso, José Pimentel (CE), se manifestou contrário à acareação, por entender que Costa havia decidido ficar em silêncio na última sessão em que participou. O senador Wellington Dias (PT-PI), no entanto, liberou a bancada do partido, na condição de líder, por entender que poderia passar a impressão que é contrário à investigação.
Ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró foi considerado responsável pela presidente Dilma Rousseff por fazer um relatório falho que levou à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que custou mais de US$ 1 bilhão. Paulo Roberto Costa foi preso na Operação Lava Jato acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina na Petrobras.