CPI: Araújo ajudou na importação de insumos para cloroquina

Ex-chanceler reconheceu que nunca soube da comprovação de eficácia do medicamento, e que o pedido de importação veio do Ministério da Saúde

18 mai 2021 - 12h12
(atualizado às 12h28)
Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

Em depoimento à CPI da Covid, o ex-chanceler Ernesto Araújo confirmou sua atuação à frente do Ministério das Relações Exteriores na importação de insumos da Índia necessários para a produção da cloroquina.

Araújo defendeu o trabalho da pasta neste caso dizendo que com a alta procura do fármaco, "um remédio muito importante que tenha seu estoque preservado", foi necessário garantir a reserva do medicamento.

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O ex-chanceler afirmou que em março do ano passado havia uma expectativa com relação ao uso do fármaco no tratamento da covid-19 "não só no Brasil", como disse, o que levou a uma diminuição do estoque do medicamento utilizado contra doenças reumatológicas e malária.

Segundo Araújo, era importante trabalhar na importação dos insumos para manter o estoque do medicamento para seu uso prescrito. "Isso independente dos testes para o tratamento da covid-19", afirmou.

Na relação do uso do fármaco para o tratamento contra o coronavírus, Araújo disse nunca ter recebido uma relação de testes comprovando a eficácia do medicamento no tratamento contra a covid-19, reafirmando que o pedido de importação foi feito por solicitação do Ministério da Saúde.

Araújo também confirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o Itamaraty intermediasse um telefonema dele com a Índia para tratar sobre o tema.

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Com relação à doação de dois milhões de doses de cloroquina ao Brasil pela Estados Unidos no ano passado, o ex-chanceler negou que a entrega tenha sido feita por solicitação de qualquer autoridade brasileira.

Covax

No depoimento, o ex-chanceler também afirmou que "jamais" foi contra a iniciativa do Consórcio Covax Facility para recebimento de vacinas contra a covid-19. Segundo ele, a decisão de o País participar apenas com 10% e não 50% foi do Ministério da Saúde.

"Jamais fui contra. O Itamaraty esteve atento desde abril de 2020, assim que o Covax tomou forma, em julho, assinei carta para o gestor do consórcio dizendo que o Brasil tinha interesse em entrar. O contrato ficou pronto em setembro e assinamos naquele momento".

Reagindo as respostas do ex-ministro, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que o Brasil optou pela fatia de 10% porque "agiu politicamente". "Por isso o Brasil perdeu tempo e não comprou a vacina. Por isso tivemos só 10% na adesão", comentou Aziz.

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O ex-chanceler também tentou justificar uma oposição a Organização Mundial da Saúde (OMS) em razão de "idas e vindas" por parte da OMS, e disse ter atuado para solucionar impasse na importação do IFA vindo da China.

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