O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), modificou seu parecer final das investigações sobre denúncias de irregularidades na estatal. Após a repercussão negativa pelo relatório sem nenhum indiciamento, ele apresentou nesta quarta-feira (17) uma retificação ao texto original. A nova versão pede que 52 pessoas sejam processadas, entre ex-diretores da Petrobras, executivos e funcionários de empreiteiras. Nenhum político foi citado no texto.
Segundo o petista, houve uma "falta de compreensão" sobre o relatório original. No parecer apresentado na semana passada, ele pedia que as investigações continuassem contra uma série de pessoas, mas não apontava por quais crimes nem condutas. "É desprovida de sustentação jurídica, portanto, a afirmação de que não houve indiciamento na CPMI da Petrobras decorrente da ausência da palavra “indiciamento” ou da individualização das condutas", escreveu o deputado petista na retificação apresentada hoje.
Ele, então, listou os nomes e as condutas pelas quais envolvidos no esquema devem ser indiciados. Entre eles estão o doleiro Alberto Youssef, os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, a contadora Meire Poza e Waldomiro de Oliveira, auxiliar de Youssef. Também fazem parte da lista executivos de empreiteiras como a OAS, Toyo Setal, Engevix, Camargo Corrêa e UTC. Também sugere que seja indiciado Leonardo Meirelles, do Laboratório Labogen e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.
O novo parecer ainda não foi votado. Como a Câmara está com sessão plenária para votação de projetos, a reunião da CPMI foi suspensa. A expectativa é que o texto, junto com o parecer paralelo da oposição, sejam apreciados na noite desta quarta-feira.