A CPI da Prevent Senior da Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem, por unanimidade, o relatório final que propõe o indiciamento de 20 pessoas, entre executivos e médicos. Os irmãos Eduardo e Fernando Parrillo, proprietários do plano de saúde, estão entre os alvos do pedido de indiciamento. Durante as investigações da comissão, eles não compareceram nas três ocasiões em que foram convidados a prestar esclarecimento.
Cópias do documento serão enviadas a 15 órgãos, entre eles: Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), Polícia Civil de São Paulo e Tribunal de Contas do Município. O relatório redigido pelo vereador Paulo Frange (PTB) aponta ocorrência de cinco crimes: homicídio e tentativa de homicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de socorro, crime contra a humanidade e falsidade ideológica.
Aos Parrillos foi atribuído o crime de omissão de socorro. Segundo o relatório, os irmãos negaram o devido atendimento médico a milhares de pacientes que buscaram tratamento contra a covid-19 ao oferecerem medicação ineficaz contra a doença. Além disso, a CPI também pediu indiciamento de Eduardo Parrillo por crime contra a humanidade, previsto no Tribunal Penal Internacional de Roma, por distribuir medicamentos sabidamente ineficazes e promover pesquisas em seres humanos.
Aos outros 18 médicos citados no documento foram atribuídas a participação na elaboração do protocolo de manejo clínico e na colaboração de distribuição de medicamentos ineficazes contra a covid-19 e a elaboração de pesquisas em seres humanos sem a devida observância das normas legais.
O grupo ainda destacou o fato de que os hospitais da empresa apresentaram taxas de letalidade elevadas entre os pacientes hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda.
A Prevent Senior disse, em nota, que "contesta o relatório" e "reafirma ter total interesse em que investigações técnicas, sem contornos políticos, possam restabelecer a verdade dos fatos".