A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) teve o microfone cortado pela terceira vez, nesta quarta-feira, 31, durante sessão da CPI do MST. Com a ação, ela lembrou ao presidente da comissão, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), o inquérito contra ele por silenciá-la nas sessões.
Zucco interrompeu Sâmia na CPI na terça-feira, 23, e o relator Ricardo Salles (PL-SP) foi quem a interrompeu na terça-feira, 30.
A política revelou que faria algumas perguntas relacionadas às próximas diligências e a que foi feita na segunda-feira. Os assuntos estavam na pauta do dia de debate.
Quando começou a primeira pergunta, Sâmia foi cortada e o relator da comissão, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) deu risada. O apoiador de Bolsonaro ainda falou algo que não foi perceptível para Ronaldo Caiado (União-GO). Em seguida, entregou um microfone para o governador, que também estava sorridente.
"Tem um inquérito contra o senhor na PGR [Procuradoria-Geral da República] por cortar o microfone de deputadas e o senhor dá provas contra o senhor, o inquérito está aberto", falou Sâmia, mesmo com o som silenciado.
Após o episódio de 23 de maio, o Ministério Público Eleitoral pediu que a PGR investigue possível prática de violência política de gênero contra Sâmia.
"Indeferido. Deputada, recorra ao presidente da Casa, indeferido, matéria vencida", respondeu Zucco. "Nem sequer ouviu, é pior para o senhor", disse a deputada.
Pouco depois do ocoriddo, a parlamentar escreveu nas redes sociais que Zucco e Salles "rasgam o regimento da Câmara e a Constituição todos os dias".
Zucco e Ricardo Salles, presidente e relator da CPI do MST,rasgam o regimento da Câmara e a Constituição todos os dias. Cortam microfone e interrompem falas, ignoram questões de ordem e protegem os amigos ruralistas a todo custo. Esta CPI é uma farsa aparelhada pelo bolsonarismo!
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) May 31, 2023