CPMI do 8 de janeiro: relatório final pede indiciamento de Bolsonaro, ex-ministros e militares

Lista inclui auxiliares do ex-presidente e ex-comandantes das Forças Armadas; relatora Eliziane Gama leu documento nesta terça

17 out 2023 - 10h25
(atualizado às 11h19)
CPMI do 8/1: relatório final pede indiciamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado
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O relatório final da CPMI do 8 de Janeiro, apresentado nesta terça-feira, 17, pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como de membros do seu governo e militares.

No caso específico de Jair Bolsonaro, a relatora pede indiciamento por 4 crimes:

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  • Associação criminosa;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de depor governo legitimamente constituído;
  • Emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.

Além do ex-presidente, a lista também menciona Mauro Cid, ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF), e ex-ministros do governo Bolsonaro, como Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luis Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Foto: REUTERS/ Marco Bello

O relatório também propõe o indiciamento do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e de Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

Os pedidos feitos por Eliziane no seu parecer não implicam automaticamente em indiciamentos. A lista é uma recomendação e a decisão de apresentar denúncias cabe às autoridades responsáveis, como o Ministério Público.

O parecer final foi apresentado nesta manhã ao colegiado no Congresso. A votação, no entanto, está programada para acontecer na quarta-feira, 18.

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"Omissão do Exército"

No parecer, a relatora afirma que os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro foram decorrentes de uma alegada "omissão" por parte do Exército.

"O 8/1 é resultado da omissão do Exército em desmobilizar acampamentos ilegais que reivindicavam intervenção militar; da ambiguidade das manifestações e notas oficiais das Forças Armadas, que terminavam por encorajar os manifestantes, ao se recusarem a condenar explicitamente os atos que atentavam contra o Estado Democrático de Direito; e de ameaças veladas à independência dos Poderes", diz.

Eliziane Gama também sustenta que o círculo próximo a Bolsonaro tinha conhecimento do impacto e, intencionalmente, fomentou protestos com inclinações golpistas.

"Jair Bolsonaro e todos os que o cercam sabiam disso [articulações golpistas]. Conheciam os propósitos e as iniciativas. Compreendiam a violência e o alcance das manifestações. Frequentavam os mesmos grupos nas redes sociais. Estimulavam e alimentavam a rebeldia e a insatisfação. Punham deliberadamente mais lenha na fogueira que eles mesmos haviam acendido."

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Veja quem são os indiciados 

No parecer da senadora, são sugeridos indiciamentos por 26 tipos diferentes de delitos, como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor um governo legítimo.

Os principais nomes indiciados pela relatora no documento são:

  • Ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • General Braga Netto (candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex- secretário de Segurança Pública do DF nos atos);
  • General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro);
  • General Luiz Eduardo Ramos (ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro);
  • General Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa de Bolsonaro);
  • Almirante Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha);
  • General Freire Gomes (ex-comandante do Exército);
  • Tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro);
  • Filipe Martins (assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
  • Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Fonte: Redação Terra
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