Criação de sub-relatorias gera gritaria e bate-boca em CPI

Presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), foi chamado de "moleque" por deputado em meio à confusão

5 mar 2015 - 11h31
(atualizado às 12h38)
Deputados batem boca na CPI da Petrobras
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A criação de quatro sub-relatorias na CPI da Petrobras pelo presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), provocou bate-boca e gritaria na sessão desta quinta-feira. A relatoria, responsável por dar andamento às investigações, ficou com o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), mas o peemedebista decidiu dividir os trabalhos com quatro sub-relatores, do PSDB, PTB, PSC e PR.

Quando Motta começou a anunciar a criação das quatro sub-relatorias, deputados do PT e Psol, contrários à decisão, começaram a gritar em direção ao presidente da comissão. Hugo Motta, que tem 25 anos, foi chamado de "moleque" pelo deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA). O paraense, por sua vez, afirmou ter falado “não amoleque esta CPI”.

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“Não serei aqui nenhum fantoche para me submeter a pressão de quem quer que seja. (...) Não tenho medo de grito e da terra de onde eu venho, homem não me grita”, disse Motta, exaltado. "Cabelo branco não é sinônimo de respeito."

<p>Deputados do PPS e PSB também reclamaram da divisão de cargos na CPI da Petrobras</p>
Deputados do PPS e PSB também reclamaram da divisão de cargos na CPI da Petrobras
Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados / Divulgação

A confusão teve início porque deputados do PT, Psol, PPS e PSB alegam não terem sido consultados para a divisão das sub-relatorias, o que, na prática, enfrequece o trabalho do partido da presidente Dilma Rousseff. Pela decisão do presidente da comissão, devem ser designados um relator para cuidar de diferentes temas. São eles:

- Superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias: relator Altineu Cortes (PR-RJ);

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- Irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África: relator André Moura (PSC-SE);

- Constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos: relator Bruno Covas (PSDB-SP);

- Superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte: relator Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Cunha se coloca à disposição de CPI

Após a confusão na reunião da CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi ao plenário onde ocorria a sessão e se colocou à disposição dos colegas para prestar esclarecimentos sobre uma eventual citação de seu nome na Operação Lava Jato. Ele voltou a dizer que não foi avisado se está ou não na lista do procurador Rodrigo Janot. "Faço questão absoluta de me submeter e debater e esclarecer todo e qualquer ponto que seja necessário", disse.

Sobre a confusão, Cunha avaliou como normal o embate político, mas lembrou que xingamentos são considerados como quebra de decoro. Para ele, a decisão do presidente da CPI para a criação de sub-relatorias é correta. "Não há dúvida nenhuma que a decisão dele será mantida", disse, sinalizando que vai rejeitar recursos de outros parlamentares.

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Fonte: Terra
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