O chefe da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, anunciou nesta quarta-feira que acolheu um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A decisão foi divulgada após a bancada do PT no Conselho de Ética da Casa ter dito que votaria a favor da continuidade do processo que investiga Cunha por quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre a existência de contas em seu nome na Suíça.
No entanto, segundo o peemedebista, sua posição sobre o impeachment já tinha sido definida antes disso. Agora, a denúncia aceita por Cunha - apresentada pelos juristas Hélio Bicudo (fundador do PT) e Miguel Reale Jr. - deve ser lida em plenário e encaminhada a uma comissão multipartidária.
Se esse grupo acolhê-la, Dilma terá um tempo para se defender das acusações. Em seguida, a comissão dará um parecer, que será submetido a votação no plenário. Para que o impeachment prossiga, dois terços dos 513 deputados devem votar a favor.
A próxima etapa seria no Senado, onde haveria um prazo de 180 dias para a deliberação, comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse período, Dilma ficaria afastada do cargo. Caso dois terços dos senadores votem pelo impeachment, a mandatária perderia o mandato.
Se o vice Michel Temer também cair, serão realizadas novas eleições diretas (caso o processo seja concluído até o fim de 2016). O pedido apresentado por Bicudo e Reale acusa Dilma Rousseff de crime de responsabilidade no caso das chamadas "pedaladas fiscais" do governo.