O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que a corrupção está no Executivo, e não no Legislativo: "tem pessoas que não se comportam de acordo (no Legisativo), mas (dizer) que o legislativo é corrupto, eu não aceito. A corrupção ocorreu porque o governo não teve governança na Petrobras (referência ao esquema de corrupção na estatal investigado na Operação Lava Jato)". A afirmação foi dada ao programa Diálogos da Globo News.
Para Cunha, as grande empreiteiras investigadas na operação não devem sofrer punição. Ele defende que o desvio de recursos públicos ocorre porque as licitações em obras são feitas com o projeto básico, e não como o projeto executivo, onde há maiores detalhes das obras. "Tinha que ser utilizado apenas o projeto executivo para as obras públicas".
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, pedido por manifestantes que foram para as ruas no domingo (16), foi descartado pelo presidente da Câmara. "Não há o que contestar na eleição dela. Se quem votou nela se arrependeu, tem que esperar quatro anos pra votar de novo", disse.
Na entrevista, ele voltou a atacar o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que teve pedido para investigar Cunha aceito no Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, "foi uma escolha política para colocar o constrangimento de um chefe de poder (no foco da investigação), pra misturar tudo".