De vermelho, pró-Dilma fura bloqueio canarinho na Paulista

A camisa verde e amarelo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi a vestimenta predominante no ato contra o PT e contra a presidente Dilma Rousseff, neste domingo (15), em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Nos gritos sobre carros de som, um dos mais comuns era o de que “a nossa bandeira jamais será vermelha” – referência à cor dominante da sigla petista.

Quando parte da multidão começava a se dispersar, porém, uma mulher com camiseta vermelha passava destemida entre os manifestantes. “Peçam também o impeachment do governador Geraldo Alckmin. Não adianta cobrar pela falta de água em São Paulo, se isso é atribuição do governo do Estado”, dizia.

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A manifestante anti-anti-impeachment é a escritora Márcia Camargos, de 54 anos, de São Paulo. Ela contou à reportagem que foi ao ato junto com o pai "que é de direita" – mas contra o protesto, diferentemente dele, que defendia as causas da iniciativa.

“É ridículo ser contra o comunismo, porque o PT infelizmente não é socialista, muito menos comunista, e aí eu não gostaria de ser confundida com essa massa que é manipulada pela imprensa e que está pedindo impeachment porque a Dilma é culpada pela falta de água em São Paulo!”, riu.

Perto dali, na mesma Rua Peixoto Gomide por onde a escritora passava, a ambulante Cileide Munhoz, 40 anos, moradora do Jardim Capela (zona sul de SP), vendia sanduiche de pernil aos participantes da manifestação. Se ela defende o impeachment de Dilma? “De jeito nenhum. Não só a Dilma, mas o PT fizeram muito pelas pessoas na minha condição”, comentou. “O governo desse povo sequer me deixava trabalhar na rua e ganhar meu sustento; agora eu consigo. E para vender para quem quer tirar as pessoas que me deixam estar aqui e vender para eles, olha só”, definiu a ambulante.