Defesa de réus do 8 de Janeiro pede impedimento de Flávio Dino

Advogado de denunciados por atos radicais na praça dos três poderes alega que novo ministro do STF indicado por Lula deve ser declarado impedido de julgar as ações porque 'até pouco tempo' figurava como parte dos processos

11 mar 2024 - 13h51
(atualizado às 14h25)
Posse do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino realizada no dia 22 de fevereiro.
Posse do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino realizada no dia 22 de fevereiro.
Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO / Estadão

O advogado Ezequiel Sousa Silveira, que representa alguns dos réus do 8 de Janeiro, argumentou ao Supremo Tribunal Federal o suposto impedimento do ministro Flávio Dino, recém empossado, para julgar denunciados pela intentona golpista que devastou a Praça dos Três Poderes.

O defensor sustenta que Dino não pode ser julgador das ações do 8 de janeiro vez que 'até pouco tempo, figurava como parte' dos mesmos, vez que era ministro da Justiça do governo Lula. Segundo Silveira, Dino era uma das principais figuras do governo e foi interlocutor entre o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O pedido protocolado no dia 10 cita uma entrevista concedida pelo ministro Alexandre de Moraes ao jornal O Globo. Nela, o relator das ações do 8 de janeiro no STF diz que, por intermédio de Dino, falou com o presidente Lula no dia 8 de janeiro.

Em caso da não declaração de impedimento por parte de Dino, Silveira pede a oitiva do ministro, da Procuradoria-Geral da República e de uma série de testemunhas, incluindo Lula e Moraes, para que ao final do processo, o STF declare que o magistrado recém-empossado não possa julgar os réus do 8 de janeiro.

A petição foi protocolada no bojo da ação penal aberta contra Cirne Renê Vetter, acusado de envolvimento com os atos golpistas. Ele responde ao processo em liberdade.

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