A defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo de Jair Bolsonaro (PL), afirma que seu cliente está sujeito ao "risco de ser envenenado na cadeia”. A afirmação foi feita durante as alegações finais, etapa processual onde são apresentados os últimos argumentos do réu à Justiça.
“O demandado (Silvinei), que nunca praticou nenhum ilícito, hoje está com 12 (doze) quilos a menos, preso injustamente e correndo o risco de ser envenenado na cadeia”, diz parte do documento.
Em outro trecho, os advogados acusam o representante do Ministério Público responsável pelo caso de parcialidade e perseguição.
“(...) Vai ter que conviver até sua morte com a culpa de ter, mediante o aforamento desta ação infundada e desrespeitosa, preparado caminho (inclusive com sua exposição midiática e desnecessária) para outras difamações que culminaram com a prisão de um inocente – enquanto criminosos regozijam-se com tal fato e como o trabalho desse representante do MPF”, declaram os advogados.
Silvinei Vasques foi preso preventivamente em 9 de agosto, como parte da Operação Constituição Cidadã, que investiga suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022.
De acordo com as investigações, integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o objetivo de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro, segundo turno das eleições.
"Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país", informou a Polícia Federal (PF).
Nas eleições, no Nordeste, o presidente Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto. Um dia antes do 2º turno, Silvinei Vasques declarou voto em Bolsonaro.
Os fatos investigados configuram os crimes de prevaricação (servidor público deixa de exercer o seu dever), violência política, e impedir ou atrapalhar a votação.