O senador Sergio Moro opinou sobre o acordo de delação premiada firmado com o ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso como réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. À coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, o ex-juiz da Lava Jato disse que espera que o PT "morda a língua" com relação à delação.
"A colaboração premiada, apesar de demonizada pelo PT, revelou as roubalheiras na Petrobras durante o governo Lula, e agora é invocada pelo PT para confirmar o que já sabíamos, que Lessa é o suspeito do assassinato de Marielle. Espero que cheguem no mandante e mordam a língua ao criticarem métodos modernos de investigação", disse.
A afirmação de Moro tem como base as críticas feitas pelo PT às delações premiadas feitas no âmbito da Operação Lava Jato. O partido dizia que os investigados estavam sendo pressionados a delatar contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em agosto de 2020, inclusive, um relatório da Polícia Federal desementiu pontos da delação de Antônio Palocci que tentava incriminar Lula.
Já a delação de Élcio de Queiroz foi revelada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nesta segunda-feira, 24, que disse que a investigação está mudando para um novo patamar. Com base na delação, foi preso preventivamente o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, chamado de Suel, que também teria envolvimento no crime. Além disso, Élcio confirmou à PF que Lessa foi quem teria disparado contra a vereadora e o motorista.