Autoridades responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção dentro da Petrobras, reuniram indícios de que os investigados souberam com antecedência sobre a execução de buscas e apreensões em suas casas e empresas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, chefe da operação, anexou ao processo um documento no qual registra sua preocupação com vazamentos das informações que podem possibilitar a fuga dos investigados.
Durante o cumprimento dos mandados na última sexta-feira, dois alvos não foram encontrados: o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte.
O delegado relatou ao juiz federal Sérgio Moro que policiais federais foram surpreendidos ao serem recepcionados, na madrugada da terça, por três advogados na sede da empreiteira OAS. Anselmo também anexou ao documento o auto circunstanciado escrito à mão pelos policiais que estiveram na empreiteira, relatando sobre o fato inusitado. Ao serem questionados pelos policiais, os advogados disseram que “era de costume” eles chegarem cedo.
Ouro indício de vazamento na operação foi a viagem do presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, de São Paulo, onde mora, para a cidade de Salvador na noite de quinta-feira. “Os elementos indicam que teria ocorrido o vazamento das diligências a serem empreendidas nos locais de busca”, disse o delegado.