BRASÍLIA - A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) prestou continência a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), durante o depoimento dele na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 11.
Cid é investigado por um esquema de fraudes de documentos de vacinação de familiares do ex-presidente e por ter o roteiro de uma tentativa de golpe de Estado armazenado no telefone celular.
A deputada, que é aliada do ex-presidente Bolsonaro, não é integrante da CPI, mas esteve presente no depoimento do ex-ajudante de ordens. Segundo Waiãpi, a continência prestada ao interrogado foi uma saudação militar hierárquica. A parlamentar é 1º tenente na reserva do Exército Brasileiro e Cid é tenente-coronel.
"Respeito à autoridade ali representada, ao militar fardado; eu como 1° tenente e oficial da reserva, prestei minha reverência e respeito ao tenente-coronel ali presente, tendo em vista que iria me retirar para participar de outra CPI", disse a deputada em nota.
A deputada Silvia Waiãpi, aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, bateu continência para o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. Ele presta depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 11. pic.twitter.com/PlghKWv7sG
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) July 11, 2023
Silvia Waiãpi é alvo de um inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao lado de outros deputados, por ter feito postagens nas redes sociais que incitaram os atos golpistas de 8 de janeiro.
Waiãpi publicou um vídeo durante os ataques e escreveu: "Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho".
Dois minutos após a continência de Waiãpi, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Zucco (PL-RS) foram até a cadeira do ex-ajudante de ordens e apertaram a mão dele.
Quem é Silvia Waiãpi?
Waiãpi é a primeira indígena a ingressar no Exército Brasileiro, e defende que a instituição militar é importante para as causas indígenas. Em 2019, ela foi nomeada para ser secretária de Saúde Indígena durante o governo de Jair Bolsonaro. Nas eleições de outubro, foi a deputada eleita com menos votos do País, com 5.435 votos.