O deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) exibiu um maço de notas falsas de R$ 100 com rosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o depoimento, na terça-feira, 20, do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
Segundo o parlamentar, o ato tinha por objetivo defender ações da PRF no segundo turno da eleição presidencial. De acordo com ele, o órgão fez apreensões de dinheiro durante a operação nas estradas.
"Parece que a esquerda esquece que houve essas apreensões (da Polícia Federal no dia 30 de outubro). Eu fiz questão de imprimir R$ 100 mil reais em notas para ficar claro", disse durante sessão. Nas notas, o rosto do presidente Lula estava impresso ao lado da frase: "Essa nota é falsa!".
A sessão desta terça-feira debruçou sobre os bloqueios realizados pela PRF durante o segundo turno da eleição presidencial, sobretudo no Nordeste, reduto político do petista.
Vasques falou por 12 horas durante o encontro e negou que policiais da instituição tenham sido usados para boicotar ou dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia da votação. Ele também tentou blindar o ex-chefe Anderson Torres, que foi ministro da Justiça no período em que esteve à frente da PRF.
Segundo o policial, o ex-ministro foi informado das operações realizadas no Nordeste do País, mas não houve nenhum tipo de orientação dele ou do então presidente Jair Bolsonaro para focar as ações naqueles Estados com o objetivo de atrapalhar a chegada de eleitores petistas aos locais de votação.
Como mostrou o Estadão, a PRF fiscalizou, entre os dias 28 e 30 de outubro, 2.185 ônibus em estradas do Nordeste - mais que o dobro das ações de mesmo teor registradas no Centro-Oeste (893), quatro vezes mais que o número de blitz efetuadas no Sudeste e sete vezes mais do que no Norte do País. Os dados constam de relatório divulgado pelo Ministério da Justiça nesta quinta-feira, 20.
Nesta terça-feira, 20, o colegiado também aprovou o requerimento de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, general Gonçalves Dias, o G.Dias, e de Saulo Moura da Cunha, que atuou como diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Essa foi a segunda vez que o grupo votou a convocação desses dois nomes. Na primeira tentativa, no dia 13, a base governista se uniu e formou maioria contra a aprovação dos requerimentos.