O deputado federal Wladimir Costa (SD/PA) não cansa de se envolver em polêmicas. A mais recente ocorreu durante entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, em que o parlamentar paraense afirmou que ficaria "feliz da vida" se fosse uma mulher chamada de "gostosa". Na conversa, ele disparou que "ia ficar passando a língua na minha pele pra ver se eu era gostosa mesmo".
As declarações dão conta de um dos momentos protagonizados pelos parlamentares em Brasília ainda na tarde de ontem, durante a votação do parecer da CCJ sobre a possibilidade de investigação do presidente Michel Temer por corrupção. Na ocasião, a deputada Shéridan (PSDB/RR) foi chamada de "gostosa" pelos colegas ao ter seu nome anunciado para o voto. Ela estava ausente no momento.
Wladimir Costa prosseguiu discorrendo sobre o tema e sobre a colega de parlamento: "eu não a chamaria de gostosa, porque pra eu chamá-la de gostosa eu teria que ter as provas cabais, ou até sexuais, pra chegar a um elogio deste tamanho." Ele encerra questão enfatizando que "nosso Brasil é um celeiro de mulheres bonitas. A gente tem que elogiar, não com esses termos, mas chamando de bonita, de bela. Elogiar suas qualidades, isso levanta a autoestima. Tem tanta mulher gastando milhões com silicone no seio, na bunda, na batata da perna. Eu não sou contra silicone, lipoaspiração, o importante é se olhar no espelho e dizer 'eu estou linda, eu tenho os seios, a bunda que eu queria'", frisou.
Ainda ontem, na mesma sessão descrita acima, ele foi flagrado pedindo fotos "nudes", acusação que rapidamente desmentiu: "a pessoa estava insistindo para eu mostrar a tatuagem, tirar a camisa no plenário. Mas eu ia quebrar decoro, desrespeitar as famílias, então dei o exemplo de renomadas profissionais de jornalismo que não precisam expor seus dotes estéticos para provar isso. Não preciso provar que a tatuagem é de verdade".
O deputado prosseguiu dizendo ter pedido que "ela mandasse a (foto da) bunda pra ver se ficava famosa, mas eu digo que não seria uma bunda recomendável, a bichinha é bem feinha, uma branquela bem desarrumada". Tentando encerrar o assunto e contemporizar a polêmica, ele prossegue: "os bumbuns das brasileiras são os mais belos, são feitos artesanalmente, peça por peça. Sem discriminar, se você foi comparar bumbum de brasileira com bumbum de mulher oriental, mulher americana, mulher europeia, pelo amor de Deus. A mulher europeia até tem o rosto mais bonito em alguns casos, mas a esse bumbum em específico eu não estava pedindo nudes".
Wladimir também foi questionado sobre a tatuagem que fez recentemente em homenagem ao presidente Michel Temer. Ele garantiu que o desenho é permanente, "feito na agulha", e que os profissionais que afirmaram se tratar de uma arte em henna eram "peritos fuleiros", e que era melhor "me levar logo pro IML, pra fazer uma autópsia". Costa disse que a tatuagem é uma resposta aos "falsos moralistas que estavam querendo achincalhar, humilhar e sepultar Temer politicamente" e também por admirar a figura do presidente.
A carreira de Wladimir Costa, segundo ele mesmo, é fruto do acaso: "eu entrei (na corrida eleitoral) somente pra ajudar os amigos que estavam concorrendo e precisavam alcançar a legenda". Até então, Wlad, como era conhecido, era cantor e comunicador de rádio e TV. "Eu tinha uma banda muito conhecida na região, tocava tipo calipso, ritmo muito difundido na região. Daí surgiu a oportunidade de concorrer, de repente abriram os olhos e eu estava em primeiro lugar." Questionado se a primeira cadeira na Câmara Federal foi acidental, ele lança: "foi de onda, foi só pra dar uma força, depois peguei gostinho".
Por fim, disse que seu maior defeito era ser "brigão". Mencionou que no Congresso "todo mundo tem que berrar com todo mundo num certo nível. Comigo bateu, levou. Acho que eu poderia ser um pouco mais ponderado. O cara levantou o tom de voz, eu já tô berrando em cima dele. O cara não aponte o dedo na minha cara que ele vai perder o dedo e a gente vai se comer na porrada lá dentro. Mas entre ser um ator e ser o que eu sou, não ser hipócrita, eu prefiro ser o que eu sou.".
Também durante a votação desta quarta-feira, Wlad, como gosta de ser chamado, confessou que provocou os opositores até o ponto em que o deputado petista Paulo Teixeira (PT/SP) tentou destruir um boneco inflável do ex-presidente Lula com os dentes: "eu provoquei, bati com os bonecos neles, eu por mim estourava neles".