Deputado ironiza perguntas em CPI com pizza 'sabor petróleo'

Relator da CPI mista da Petrobras elaborou lista de 139 perguntas; oposição criticou

11 jun 2014 - 17h48
(atualizado em 16/6/2018 às 12h00)
<p>"Acabei de servir aqui na CPMI uma pizza sabor petróleo representando não só a minha indignação como a indignação de todo povo brasileiro diante da postura vergonhosa do PT, nesta comissão, de varrer a sujeira para debaixo do tapete!!!!", escreveu Fernando Francischini</p>
"Acabei de servir aqui na CPMI uma pizza sabor petróleo representando não só a minha indignação como a indignação de todo povo brasileiro diante da postura vergonhosa do PT, nesta comissão, de varrer a sujeira para debaixo do tapete!!!!", escreveu Fernando Francischini
Foto: Facebook / Reprodução

Parlamentares da oposição criticaram nesta quarta-feira a lista de 139 perguntas do relator da CPI mista da Petrobras, Marco Maia (PT-RS), para a presidente da estatal, Graça Foster. O líder do Solidariedade (SDD) na Câmara, deputado Fernando Francischini (PR), foi à sala da comissão com uma pizza. Na caixa, um cartaz ironizava: sabor petróleo.

Pelo critério de proporcionalidade do Congresso, a CPI mista é controlada por governistas, mas é integrada por oposicionistas e deputados que afirmam ser independentes. As perguntas na comissão são iniciadas pelo relator, que é do PT. Depois, pode abrir a palavra para os demais parlamentares.

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Durante o depoimento, a executiva - que foi ao Congresso pela quarta vez dar explicações - disse a deputados e senadores que o projeto da refinaria de Abreu e Lima foi feito com zelo, em oposição à fala do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que atribuiu a estimativa de preço da refinaria de Abreu e Lima a uma “conta de padeiro”. “Foi um trabalho grande, um trabalho intenso, feito pelas equipes da Petrobras, durante um período de seis meses, como eu mostro à frente, mas esse projeto, por conta do desconhecimento que tínhamos do óleo que efetivamente estaria sendo entregue, esse projeto não saiu da prancheta”, disse Graça Foster.

Segundo ela, o projeto inicialmente divulgado pelo preço de US$ 2,5 bilhões se referia à fase I, que não foi executada. O custo final deve ultrapassar US$ 18 bilhões. O valor foi baseado em uma consultoria, mas não levava em conta investimentos feitos no entorno da unidade, como rodovias. “Por US$2,4 ou US$2,5 bilhões, em 2005, em lugar nenhum do mundo seria construída essa refinaria”, disse.

Refinaria de Pasadena

Graça Foster voltou a afirmar que a compra da refinaria de Pasadena fazia parte de uma estratégia da Petrobras, mas que não pode ser considerado um bom negócio hoje em dia. Ela voltou a dizer que as cláusulas omitidas no relatório apresentado ao Conselho de Administração eram importantes. A justificativa foi usada pela presidente Dilma Rousseff, que atribuiu a compra a um relatório falho elaborado pelo ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró.

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O resumo executivo não continha as cáusulas marlim e put option. A primeira assegurava à belga Astra Oil, sócia da Petrobras, uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. Já a put option obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra em caso de desacordo entre as partes.

A compra da refinaria de Pasadena foi um dos motivos para a abertura de CPIs da Petrobras no Congresso. Graça foi hoje pela primeira vez à comissão mista, que conta com a participação de oposicionistas. Eles boicotaram a CPI criada apenas no Senado, onde a executiva já havia prestado depoimento. Ela já havia dado explicações sobre denúncias de irregularidades em comissões na Câmara e no Senado.

A Petrobras aprovou, em 2006, a compra de 50% da refinaria da Astra Oil por US$ 360 milhões, sendo que a belga havia desembolsado o mesmo valor pela totalidade da unidade. Em desacordo sobre investimentos na refinaria, a brasileira precisou comprar a outra metade, num negócio que ultrapassou US$ 1,2 bilhão. 

Fonte: Terra
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