Despesas de Bolsonaro nos EUA podem ter sido custeadas por venda de joias, aponta PF

Informações sobre os negócios ilícitos, bem como a destinação dos valores obtidos, foram enviadas pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF)

8 jul 2024 - 15h18
(atualizado às 19h24)
Despesas de Bolsonaro nos EUA podem ter sido custeadas por venda de joias, aponta PF
Despesas de Bolsonaro nos EUA podem ter sido custeadas por venda de joias, aponta PF
Foto: Reprodução/Reuters

A investigação da Polícia Federal sobre o suposto esquema de venda de joias recebidas pela Presidência aponta que o negócio ilícito pode ter custeado as despesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua família durante a estadia nos Estados Unidos. A informação é de O Globo

Em relatório remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF destaca a possibilidade sobre a destinação dos valores obtidos com a venda ilegal das joias, desviadas do acervo público brasileiro. 

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"Após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano", cita a Polícia Federal no relatório. 

Após a conclusão das investigações, a PF indiciou o ex-presidente, além de outras 11 pessoas, por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os advogados Fabio Wajngarten e Frederico Wasseff, além do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também serão indiciados.

Em outro trecho do relatório, a PF cita que o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, "recebeu, em nome e em benefício de Jair Messias Bolsonaro, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-presidente". O objetivo seria "de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal".

A defesa de Bolsonaro não comentou o relatório da Polícia Federal. No entanto, ao longa das investigações, os advogados reiteraram que ele agiu dentro da lei e "declarou oficialmente os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens”. A defesa aponta que os itens deveriam 'compor seu acervo privado, sendo levados por ele ao fim de seu mandato'. 

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Moraes determina quebra de sigilo 

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou nesta segunda, 8, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise o relatório da PF que pediu o indiciamento de Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas. A PGR tem 15 dias para analisar o material.

A fase de indiciamento é quando a polícia (Polícia Federal neste caso) identifica que há elementos de crime. A investigação aponta que Bolsonaro praticou os seguintes crimes: peculato (apropriação de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Bolsonaro nega irregularidades e diz que há perseguição contra ele.

Na decisão, o ministro, relator do caso, retirou o sigilo do inquérito e determinou acesso aos advogados dos citados. Caberá à PGR se debruçar sobre o caso e decidir se aprofunda as investigações, arquiva o caso ou avança propondo uma ação judicial.

Fonte: Redação Terra
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