Em depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, em Curitiba, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que recursos para obras da estatal foram desviados para financiar campanhas de três partidos nas eleições de 2010. De acordo com informações dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o executivo se referia ao PT, PMDB e PP.
O dinheiro correspondia a 3% dos valores líquidos dos contratos. Esse percentual era dividido entre o próprio Costa e os partidos, segundo advogados que acompanharam o interrogatório.
Costa foi nomeado para o cargo em 2004, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e demitido em 2012 por Dilma Rousseff. Ele foi indicado or sugestão do deputado José Janene (PP/PR), apontado pela Polícia Federal como parceiro do doleiro Alberto Youssef. O apoio do PT e do PMDB teria vindo depois.
A acusação sobre os desvios para campanhas em 2010 foi feita no primeiro depoimento à Justiça após Costa ter feito acordo de delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. O acordo prevê uma pena menor em troca de informações. O ex-diretor da Petrobras deixou a carceragem da Polícia Federal no último dia 1º e está em prisão domiciliar em sua casa, no Rio de Janeiro.
Ele ainda disse que foi nomeado pelo cargo já sabendo que teria de levantar recursos ilícitos para os partidos. Além disso, teriam participado do esquema o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e três ex-diretores da estatal: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque.