Dilma afirma que mudanças na economia começam em novembro

27 out 2014 - 22h23

A presidente reeleita Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que novas medidas econômicas serão tomadas a partir de novembro, depois de um amplo diálogo com setores produtivos e financeiros, e que o novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado.

Presidente Dilma Rousseff concede entrevista à imprensa em Brasília, no início de outubro. 10/10/2014
Presidente Dilma Rousseff concede entrevista à imprensa em Brasília, no início de outubro. 10/10/2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

"Eu pretendo colocar de forma muito clara as medidas que vou tomar, agora, não é hoje", disse Dilma durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. "Antes do final do ano (eu vou anunciar as medidas). Eu vou fazer isso nesse mês que inicia na próxima semana", acrescentou.

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Em outra entrevista, também nesta segunda-feira, ao Jornal da Record, Dilma disse que pretende fazer um amplo diálogo sobre as próximas medidas a serem adotadas para fazer a economia voltar a crescer.

"As medidas vão ser... objeto de amplo diálogo, de uma discussão com todos os setores. Não se trata aqui de fazer uma lista de medidas... não acho que é esse o caminho correto", disse Dilma ao ser instada a dar detalhes durante a entrevista ao Jornal da Record.

A petista disse que seu segundo mandato será marcado pelo "diálogo". A falta de interlocução com vários setores econômicos e financeiros é uma das principais críticas ao seu atual governo.

Questionada sobre quem será o futuro ministro da Fazenda, já que durante a campanha anunciou que Guido Mantega, titular da pasta, não continuaria no segundo mandato, a presidente afirmou que não anunciaria o futuro comandante da política econômica nesta segunda-feira.

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"Eu não vou discutir só um ministro, eu vou discutir o meu ministério (de forma geral)", disse ao Jornal da Record. "Não tente especular, porque não direi como farei", avisou a petista.

Questionada sobre as especulações de que o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, poderia ser nomeado ministro da Fazenda, num gesto de Dilma para refazer as pontes com o mercado financeiro, a presidente voltou a despistar.

"Você está lançando um nome?", questionou a presidente.

"Eu gosto muito do Trabuco, agora, me desculpa, mas não acho que seja o momento e nem a hora para discutir nomes do próximo governo", argumentou Dilma. "Eu entendo que a imprensa tenha essa curiosidade, mas está cedo."

Dilma deve priorizar as mudanças no comando da área econômica nas próximas semanas, mas, segundo aliados, ela não fará nenhum anúncio nesta semana.

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CORRUPÇÃO e PLEBISCITO

Dilma voltou a dizer que deseja que todas as denúncias de corrupção sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras sejam investigadas e que não acredita que essas investigações possam criar instabilidades políticas graves no seu segundo mandato.

"Eu não acredito num terceiro turno, porque quem tentar um terceiro turno está fazendo um desserviço ao Brasil", disse Dilma ao Jornal da Record.

"No que se refere ao escândalo da Petrobras... eu vou repetir o que eu disse durante toda essa campanha: eu vou investigar, vou me empenhar, doa a quem doer, não vai ficar pedra sobre pedra", afirmou a presidente.

Ao Jornal Nacional, Dilma condenou as especulações e ilações sobre o caso.

"Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo, eu não concordo que isso leva à crise, acho que o que leva à crise no Brasil são as suposições, as ilações e as insinuações", disse.

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Segundo denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um suposto esquema de sobrepreços de contratos da estatal serviria para alimentar partidos e políticos da base de sustentação do governo.

Costa tem prestado depoimentos no âmbito de um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Além dele, o doleiro Alberto Youssef, que faria parte do esquema, também está tentando fazer um acordo semelhante.

Dilma voltou a defender também, como fez durante a campanha eleitoral e no discurso da vitória, a realização de uma reforma política por meio de um plebiscito popular.

Segundo a petista, apesar da proposta apresentada por ela ter sido rejeitada pelo Congresso no ano passado, há agora uma maior possibilidade de ir adiante porque há uma conscientização dos parlamentares e maior apelo popular por um plebiscito.

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"Eu acredito que o Congresso vai ter sensibilidade de perceber que essa é onda que avança", argumentou Dilma.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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