Em seu primeiro dia útil tenho de conciliar sua agenda oficial como presidente da República e como candidata à reeleição, Dilma Rousseff recebe nesta noite o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, no Palácio da Alvorada. Com o início formal da campanha, a presidente precisará andar numa linha tênue para não ferir a legislação eleitoral, uma vez que já está no comando da máquina pública.
Uma ausência importante na reunião de hoje é a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fiador da sua campanha. Dilma, no entanto, mantém contato constante com seu antecessor por telefone e se encontra pelo menos a cada duas semanas. O último encontro ocorreu na semana passada, em Curitiba.
No curto prazo, uma das apostas da campanha petista é a de colar a imagem da presidente à organização da Copa do Mundo. O gabinete presidencial avalia o mundial como bem sucedido e pesquisas internas mostram um aumento da popularidade de Dilma. A última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, aponta um aumento de quatro pontos percentuais em comparação com sondagem anterior, passando de 34% para 38%.
A agenda atual da presidente vem sendo ditada pelo progresso da Seleção brasileira rumo ao hexacampeonato. Com a vitória do time comandado por Luiz Felipe Scolari na última sexta sobre a Colômbia pelas quartas de final, Dilma enviou duas correspondências formais à Granja Comary (uma à Seleção e outra a Neymar) e na manhã desta segunda-feira promoveu um bate-papo com internautas sobre a Copa.
O desempenho do Brasil amanhã contra a Alemanha na semifinal da competição deverá ditar o humor do brasileiro em relação ao mundial e os prognósticos nos casos de vitória ou derrota deverão ser abordados na conversa com a cúpula da campanha nesta noite. Segundo interlocutores próximos à presidente, mesmo em caso de derrota da Seleção, colar a imagem à Copa é uma estratégia bem sucedida uma vez que Dilma se coloca como fã da Seleção, mas não liga sua imagem ao time em si, mas ao torneio como um todo.
No próximo domingo, a presidente entregará a taça da Fifa à seleção vitoriosa no estádio Maracanã, no Rio. Indagada por internautas se não temia um constrangimento similar ao de São Paulo, quando ela foi vaiada e xingada na abertura do mundial, Dilma naturalizou a possibilidade. “São ossos do ofício", disse.
Participam ainda do encontro Giles Azevedo, responsável pela agenda da candidata Dilma Rousseff, o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, articulador político do governo e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.