Dilma: Congresso terá "sensibilidade" para votar ajuste

Impasse em MP proposta pelo Executivo e crítica na TV do ex-presidente Lula ao projeto de terceirização acirraram os ânimos no Congresso

6 mai 2015 - 12h29
(atualizado às 13h51)

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (6) que é preciso aguardar as negociações sobre as medidas provisórias do ajuste fiscal no Congresso Nacional, mas disse acreditar na "sensibilidade" de parlamentares para que sejam votadas. A declaração acontece um dia após impasse em uma das MPs no plenário da Câmara dos Deputados.

Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

Em entrevista a jornalistas após cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, Dilma afirmou que "há uma consciência básica a favor do Brasil", apesar das divergências.

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"É impossível o País achar que ele vive de um dia para o outro grandes transformações. Então vamos aguardar para ver como é que transcorre essa votação do ajuste, vamos nos manter tranquilos", afirmou a presidente. "Eu tenho certeza que haverá por parte dos parlamentares a sensibilidade necessária para que se vote o ajuste".

Questionada se o clima de animosidade deixa a aprovação do ajuste fiscal mais difícil, Dilma afirmou que "a gente não pode fazer análises políticas sobre questões relevantes, como é o caso do ajuste, em cima de climas emocionais momentâneos".

O Executivo enviou duas MPs ao Congresso Nacional, que já foram analisadas previamente por comissões mistas e estão prontas para votação no plenário da Câmara. Uma delas, a 665, que altera regras de acesso a benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego e o abono salarial, chegou a ser pautada para a terça-feira, mas deixou de ser analisada após o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmar que a bancada não votaria até que o "PT nos explique o que quer".

A declaração do peemedebista foi motivada pela exibição de propaganda partidária do PT na noite de terça, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu os direitos dos trabalhadores ao criticar o projeto de lei da terceirização, que também tramita no Congresso. O programa teria constrangido parlamentares do PMDB e de outros partidos da base.

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Questionada por jornalistas sobre sua ausência na propaganda do PT, Dilma respondeu que "nem sempre" participa dos programas partidários. Em relação ao panelaço ocorrido em algumas cidades do País durante a exibição do programa do PT, Dilma afirmou que respeita a livre manifestação por ter sido conquistada "a duras penas".

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