Dilma diz que Petrobras limpou o que precisava e deu a volta por cima

9 abr 2015 - 14h20
(atualizado às 14h20)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que a Petrobras, no centro de um grande escândalo de corrupção, já corrigiu os problemas e irregularidades descobertos pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e deu a volta por cima.

"A Petrobras está de pé e limpou o que tinha de limpar; tirou quem tinha de tirar lá dentro e que se aproveitaram de suas posições para enriquecer seus próprios bolsos", disse a presidente em Duque de Caxias (RJ), onde está instalada uma das refinarias da estatal.

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"A Petrobras continua de pé e podem ter certeza que essa empresa já deu a volta por cima e mostrou a que veio, com vários recordes e produção de 700 mil barris em tempo recorde", acrescentou a presidente se referindo ao petróleo na camada pré-sal.

A Petrobras ainda não conseguiu divulgar seus balanços financeiros auditados referentes ao terceiro e quarto trimestre do ano passado, por dificuldade em calcular as perdas relacionadas às irregularidades. As ações da companhia, apesar de acumularem alta no ano, ainda estão sendo cotadas no nível mais baixo em quase 10 anos.

"A Petrobras superou essa fase e vai tomar rumo... Defender a Petrobras é defender o Brasil. Não se deixem enganar, a Petrobras é uma empresa que vai nos dar ainda mais orgulho", disse Dilma.

"Se a seleção (brasileira de futebol) é a pátria de chuteiras, a Petrobras é a pátria de macacão e mão suja de óleo", acrescentou Dilma durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

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Três ex-diretores da Petrobras --Paulo Roberto Costa, que comandou a diretoria de Abastecimento; Nestor Cerveró, que chefiou a área internacional; e Renato Duque, que foi diretor de serviços-- são réus em processos iniciados pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, que descobriu um escândalo bilionário de corrupção na estatal.

De acordo com depoimento de Costa, que fez acordo de delação premiada com a Justiça, empreiteiras formaram um cartel para obter contratos para realização de obras da Petrobras com sobrepreço e, em troca, pagavam propina a funcionários da estatal, operadores que lavavam o dinheiro do esquema, a políticos e partidos, entre eles PT, PP e PMDB.

O atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está prestando nesta quinta-feira depoimento à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados.

Vaccari é acusado de ter recebido doações para o PT oriundas do pagamento de propina do esquema. Segundo o Ministério Público Federal, o tesoureiro sabia da origem ilícita dos recursos. Ele nega as acusações, assim como o PT, que tem reiterado que todas as doações que recebeu são legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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