A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, em Teresina (PI), que o nordestino não deve encarar a seca como uma "maldição". Na capital piauiense, a presidente informou ainda que convidará o papa Francisco para vir ao Brasil na Copa do Mundo, em junho. Em seu discurso, Dilma não falou sobre os números da última pesquisa, que aponta vitória na eleição presidencial, mas disse que viaja ao País sem fazer campanha.
"Eu sou presidenta da República até 31 de dezembro. Eu tenho de exercer minha condição. Eu vim aqui hoje assinar ordem de serviço, prestar contas do que eu fiz, proporcionar mais obras para o Piauí. Eu venho aqui sistematicamente e virei até a legislação me permitir", disse Dilma Rousseff durante entrevista a uma rádio local antes de uma solenidade no Atlantic City Club, no bairro São João, zona leste de Teresina. "Eu exerço a Presidência da República. Eu estou aqui no exercício da minha função constitucional”, disse.
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Dilma desembarcou por volta das 10h no Piauí e estava previsto para seguir na solenidade de helicóptero. Porém, o roteiro foi alterado e a presidente se deslocou de carro. Ela foi recepcionada por grevistas dos Correios, que estão parados há 20 dias.
Seca
Com o País enfrentando a pior seca dos últimos 50 anos, a presidente afirmou que a seca não deve ser encarada como uma "maldição" e que o nordestino precisa conviver com a estiagem.
"A seca não é uma maldição. A seca é uma ocorrência. É algo que ocorre. Então vamos pensar aqui juntos. Escuta cá: os países do norte passam por invernos rigorosos, invernos que duram cinco, seis, sete meses todo ano. Chova ou faça sol, tem inverno forte e acaba a produção. A neve mata tudo que cresce e eles sobrevivem muito bem, obrigada, e fortes", disse Dilma. "Nós também podemos enfrentar a seca, sim. A seca não deve ser combatida, nós temos de olhar a melhor forma de conviver com ela." No Piauí, dos 224 municípios, 205 estão em situação de emergência devido a seca.
Papa
Durante entrevista à rádio Pioneira, Dilma falou sobre a Copa e disse que irá convidar o Papa para abertura. "Eu vou também convidá-lo para a Copa do Mundo, porque ele é torcedor do San Lorenzo, da Argentina. Ele é papa. Ele tem o direito, como eu tenho, como você tem de torcer pelo seu time. Eu torcerei pelo Brasil”, disse a presidente, que terá encontro reservado com o Papa no Vaticano nos próximos dias.
"Eu acho sempre muito bom conversar com o papa Francisco. O papa tem uma visão de mundo em que as pessoas são consideradas muito importantes. Ele olha primeiro para a pessoa para depois olhar para os valores mais materiais. E além disso, ele tem um compromisso com os pobres. Eu respeito muito o papa Francisco por isso e também pelo fato de que ele é um papa latino-americano."
Porto de Mariel
Dilma também deu explicações sobre a construção do porto de Mariel, em Cuba. "Nós não financiamentos o porto de Mariel. Nós financiamos 400 empresas brasileiras que fornecem equipamentos ao porto de Mariel, o que é algo importante que gera emprego ao Brasil."
