Dilma diz que viajará pelo país até quando lei eleitoral permitir

19 fev 2014 - 07h17

A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta terça-feira as críticas de que as viagens que tem feito pelo país serviriam à campanha para a reeleição e disse que cumprirá suas funções constitucionais e viajará até quando a legislação eleitoral permitir.

Em entrevista a rádios de Teresina, no Piauí, onde ainda nesta terça anuncia investimentos em mobilidade urbana, a presidente lembrou que seu mandato vai até 31 de dezembro deste ano e disse que irá cumpri-lo.

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"Eu sou presidenta da República até 31 de dezembro, então eu tenho de exercer a minha condição. Eu vim aqui hoje para assinar ordens de serviço, prestar contas do que eu fiz, proporcionar mais obras para o Piauí", disse Dilma, ao ser questionada sobre as críticas de que estaria usando as viagens pelo país para fazer campanha eleitoral.

"Eu venho aqui sistematicamente e virei até o momento que a legislação me permitir. Eu exerço a Presidência da República. Eu estou aqui no exercício da minha função constitucional."

Dilma tem feito viagens por todo o país para inaugurar obras, entregar unidades habitacionais, doar máquinas para municípios, anunciar investimentos e participar de cerimônia de formatura de alunos beneficiados pelo programa do governo federal voltado ao ensino técnico.

A movimentação da presidente tem gerado críticas da oposição que enxergam nas viagens presidenciais uma antecipação da campanha presidencial deste ano.

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Na segunda-feira, Dilma esteve em Governador Valadares, Minas Gerais, e depois de visitar a capital piauiense nesta terça, visitará ainda Maceió, também para anunciar investimentos em mobilidade urbana.

Nessas viagens, a presidente tem aproveitado para dar entrevistas a emissoras de rádios locais, também numa movimentação que gerou críticas da oposição.

Pela lei eleitoral, a realização de inaugurações pagas com recursos públicos e a presença de candidatas nesses eventos não é permitida a partir de 5 de julho deste ano.

PORTO EM CUBA

Na entrevista a rádios de Teresina, ao ser questionada sobre a participação brasileira, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no financiamento do porto de Mariel, em Cuba, Dilma falou das vantagens para empresas nacionais.

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Segundo Dilma, o banco de fomento brasileiro não financiou as obras do porto cubano, mas sim 400 empresas brasileiras que forneceram equipamentos para a construção do porto, numa medida que, de acordo com a presidente, gera empregos no Brasil.

"Nós não financiamos o porto de Mariel. Nós financiamos 400 empresas brasileiras que forneceram equipamentos para o porto de Mariel", disse.

"Isso é algo que países como Estados Unidos e países europeus fazem sistematicamente, até porque é extremamente vantajoso para as empresas brasileiras."

Críticos do envolvimento do BNDES no porto cubano afirmam que os recursos deveriam ter sido usados na melhoria da infraestrutura portuária brasileira, apontada como um dos gargalos que impedem um aumento das exportações do país.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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