A presidente Dilma Rousseff marcou para a próxima segunda-feira mais uma reunião com os líderes da base do governo na Câmara e no Senado. Desta vez, eles devem concentrar a pauta nos vetos presidenciais que estão para ser analisados na sessão do Congresso do próximo dia 17.
As preocupações do Planalto em relação a essas votações começaram a ser discutidas em uma reunião entre os líderes do governo e do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP) e José Guimarães (CE), respectivamente, e os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do Planejamento, Miriam Belchior, e da Saúde, Alexandre Padilha.
Um dos principais esforços do governo, segundo o vice-presidente da República, Michel Temer, que também participou da reunião, será mobilizar a base para impedir a derrubada do veto ao fim da multa de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para empresas que demitirem sem justa causa.
Os parlamentares retiraram a cobrança, mas o governo quer que a multa continue sendo paga. Para conseguir maioria, Temer adiantou que o governo estuda enviar uma proposta "que permita a manutenção do veto, mas, ao mesmo tempo, (represente) uma solução para os 10% para o Fundo de Garantia".
Sobre a polêmica envolvendo o projeto que institui voto aberto em todas as votações no Congresso, Temer - que conversou ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - garantiu que não há divergência entre a proposta votada na Câmara e a defendida por Renan de aprovar o voto aberto só no caso de cassação de parlamentares.
"Pelas conversas que eu tive com o presidente (da Câmara) Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e com o presidente Renan Calheiros, eles estão se ajustando. Muitas e muitas vezes há uma pequena diferença entre a atuação de uma Casa e outra, mas ambos se ajustaram e, aliás, o Henrique já declarou hoje que, na verdade, não há objeção nenhuma para que o Senado vote como pretende votar. Eu acho que há uma pacificação extraordinária de ambas as Casas", avaliou.