Dilma nega reforma de gabinete após renúncia de Cid Gomes

19 mar 2015 - 13h56

A presidente Dilma Rousseff negou nesta quinta-feira que pretenda fazer uma reforma ministerial para enfrentar a crise econômica e política no país, após a renúncia do ministro da Educação, Cid Gomes, motivada por uma acalorada discussão com membros do Congresso.

"(A imprensa) está criando uma reforma ministerial que não existe. Farei alterações pontuais. Não tinha a perspectiva de alterar nada nem ninguém, mas as circunstâncias me obrigam a fazê-lo, como foi o caso do Ministério da Educação", afirmou.

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Em entrevista coletiva concedida após uma cerimônia no Palácio do Planalto, Rousseff abordou o novo cenário do governo, com a saída de Cid Gomes, que deixou o cargo após apenas dois meses.

Segundo dirigentes políticos citados por diferentes meios de comunicação, Dilma pretendia aproveitar a substituição do ministro da Educação para fazer uma reforma maior do gabinete que a permita fortalecer sua gestão diante da atual conjuntura.

As versões que circularam desde a renúncia de Cid Gomes ontem indicavam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou a ela trocar o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e os titulares das pastas responsáveis pelas negociações com o Congresso.

"Não haverá reforma ministerial. Inclusive porque isso é um remédio. Mudar os ministros não resolve os problemas. O que resolve é o que estamos fazendo, que é pôr em prática as medidas necessárias para combater os problemas", disse a presidente.

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A presidente afirmou que anunciará o novo ministro da Educação o mais rápido possível e deu a entender que prefere um colaborador com um perfil mais técnico que possa pôr em prática as reformas que defendeu na campanha eleitoral ano passado.

"Quero escolher uma pessoa que seja boa para a educação e não uma pessoa deste ou daquele partido", afirmou.

Cid Gomes, ex-governador do Ceará foi incluído na composição do ministério na cota do PROS.

O ministro renunciou na quarta-feira após protagonizar uma acalorada discussão na Câmara com deputados da base governista, ao acusá-los de criar dificuldades ao governo e de votar alinhados com a oposição para barganhar vantagens pessoais.

O PMDB ameaçou deixar a base do governo caso o ministro não fosse demitido.

As versões sobre a possível reforma ministerial coincidiram com a divulgação de uma pesquisa do instituto Datafolha que mostrou na quarta-feira que a taxa de aprovação de Dilma caiu para 13%, um nível mínimo considerado histórico para um presidente em início de mandato.

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A pesquisa apontou que o índice de reprovação subiu para 62%.

Os resultados da pesquisa também repercutiram o impacto dos protestos de domingo nas ruas de dezenas de cidades do país para manifestar sua rejeição ao governo e à corrupção, especialmente pelo gigantesco escândalo na Petrobras.

Além da crise política provocada por este caso, os protestos, as tensas relações com o parlamento e a rejeição às medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo no início de ano, Dilma tem que lidar com um panorama econômico que se mostra negativo.

  
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