Dilma promete na ONU plano de adaptação às mudanças do clima

Plano Nacional de Adaptação está sendo elaborado com o objetivo de formular um conjunto de medidas de adaptação à mudança do clima em diversas áreas

23 set 2014 - 11h47
(atualizado às 12h59)
Presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento na Cúpula do Clima da ONU, em Nova York. 23/09/2014.
Presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento na Cúpula do Clima da ONU, em Nova York. 23/09/2014.
Foto: Mike Segar / Reuters

A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta terça-feira, em discurso na Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentar até o fim do ano o Plano Nacional de Adaptação às mudanças climáticas, e afirmou que os esforços para redução das emissões de gases do efeito estufa devem ser vistos como fontes de riqueza.

"Desastres naturais relacionados às mudanças do clima têm ceifado vidas e afetado as atividades econômicas em todo mundo. Num quadro de injustiça ambiental, as populações pobres são as mais vulneráveis, principalmente nos grandes centros urbanos", disse Dilma.

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"Até o final deste ano, num marco da política nacional de prevenção e monitoramento de desastres naturais, submeteremos à sociedade brasileira o Plano Nacional de Adaptação", acrescentou.

O Plano Nacional de Adaptação é um documento que está sendo elaborado por um grupo de trabalho de instâncias do governo federal com o objetivo de formular um conjunto de medidas de adaptação à mudança do clima nas áreas de energia, agricultura, água, transporte e indústria, entre outras.

No discurso na Cúpula do Clima, realizado na véspera da abertura da Assembleia-Geral da ONU, em que Dilma fará o pronunciamento de abertura, a presidente defendeu o investimento em medidas para frear a emissão de gases do efeito estufa, considerados os principais responsáveis pelo aquecimento global.

Segundo Dilma, os custos elevados das ações para enfrentar as mudanças climáticas compensam devido aos benefícios que produzem para o planeta.

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"Precisamos reverter a lógica de que o combate à mudança do clima é danoso demais. A redução das emissões e as ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável", afirmou.

Apesar do discurso de Dilma, ambientalistas têm criticado o fato de o Brasil estar elevando emissões no setor de energia, com maior uso de termelétricas e demora em ações para estimular outras fontes renováveis, como solar e geração por queima de biomassa.

A presidente aproveitou a ocasião da cúpula da ONU para também ressaltar dados sobre a redução do desmatamento da Amazônia e a consequente queda na emissão de gases-estufa, apesar de os números mais recentes apontarem uma alta na derrubada de árvores.

Dilma disse que ao longo dos últimos 10 anos o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%, e que entre 2010 e 2013 o País deixou de lançar 650 milhões de toneladas de CO2 por ano em média.

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No entanto, os últimos dados sobre o desmatamento na Amazônia Legal, divulgados este mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, revelam um crescimento de 29% na derrubada de mata virgem entre agosto de 2012 e julho de 2013, em relação a um ano antes.

A questão do desmatamento tem sido abordada na campanha eleitoral à Presidência pela principal adversária de Dilma na campanha pela reeleição, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB), que acusa o governo de retrocesso na questão ambiental.

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