Dilma receberá base e oposição separadamente para discutir plebiscito

Encontros ocorrerão na manhã e na tarde desta quinta-feira, no Palácio do Planalto

26 jun 2013 - 20h11
(atualizado às 20h14)
<p>Presidente da República anunciou proposta de plebiscito na segunda-feira</p>
Presidente da República anunciou proposta de plebiscito na segunda-feira
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr

Em meio às discussões sobre os pontos a serem abordados em plebiscito sobre a reforma política, a presidente Dilma Rousseff decidiu marcar duas reuniões diferentes com líderes partidários e presidentes de partidos político do governo e da oposição. A exemplo de outros setores da sociedade, a presidente está colhendo sugestões de questões a serem formuladas na consulta pública.

Amanhã pela manhã, Dilma receberá no Palácio do Planalto presidentes dos partidos políticos da base de sustentação do governo. À tarde, o encontro da presidente será com líderes de partidos governistas da Câmara dos Deputados e do Senado. A oposição será recebida pela presidente na sexta-feira.

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Dilma propõe plebiscito para Constituinte e reforma política
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Na última segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff anunciou cinco pactos em resposta à onda de protestos que ganhou projeção nacional há duas semanas. Um dos pontos é a sugestão de plebiscito para reforma política. Apesar da proposta do Executivo, é atribuição do Congresso Nacional convocar a consulta.

No momento, Dilma vem convocando pessoalmente encontros para tratar dos pormenores do plebiscito. As questões serão levadas diretamente à população, sem necessidade de uma Assembleia Constituinte.

A expectativa do governo é que as novas regras a serem definidas pela consulta popular já sejam válidas para as eleições do ano que vem. Para isso, o governo está em contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para consultar se há viabilidade de realizar o plebiscito em tempo hábil.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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