A presidente Dilma Rousseff reuniu nesta sexta-feira a bancada do PT para incumbir a legenda de recompor a harmonia da base de sustentação do governo. A presidente vem sendo contrariada por partidos aliados, especialmente no tema da reforma política. Ela já sofreu críticas de aliados, como do PMDB, que sugeriu a Dilma reduzir o número de ministérios para o ano que vem.
“A presidente pediu apoio para a bancada do PT para ajudar na recomposição da base, do diálogo com os partidos, especialmente com o PMDB”, afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). ‘”Vamos trabalhar para rearticular, pacificar a base”, garantiu.
Na avaliação de Guimarães, “a viola desafinou um pouco”, referindo-se à sintonia entre os partidos que sustentam o governo. Ele especificou como descompasso entre os partidos as derrotas do governo em decisões importantes. “As votações que tivemos mostram (a) base desafinada”, negando mais tarde que se tratava de uma crise institucional.
Sobre a possibilidade de um plebiscito a ser realizado ainda neste ano a tempo de novas regras já valerem para o ano que vem, os deputados do PT seguiram a orientação do governo e evitaram dizer que é uma tentativa impossível. José Guimarães negou que haja divisão dentro do próprio partido sobre o tema. Dentre as 10 legendas da base, apenas PT e PCdoB são a favor de uma convocação a toque de caixa para que as novas regras entrem em vigor em 2014.
“Há quem analise, mas já me refiro a muitas análises, que o fato do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter definido 70 dias (para organizar a consulta a partir da solicitação do Congresso), isso praticamente tira as chances, a orientação do governo é que o 'praticamente' não é 'totalmente', vamos trabalhar pra ver se dá tempo", ponderou o líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (SP).