A presidente Dilma Rousseff disse, durante discurso na noite desta sexta-feira em Belo Horizonte, que o governo federal não vai permitir que a Petrobras continue a ser alvo de corruptos, como os investigados pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Dilma participou do evento de comemoração do aniversário de 35 anos do PT, no Minascentro. A festa teve ainda a presença do ex-presidente Lula e do presidente do Uruguai, José Mujica. No discurso, que durou quase uma hora, Dilma exaltou a capacidade de extração do petróleo pela empresa na chamada camada do pré-sal: “600 mil barris por dia” para conclamar a população a ter orgulho da companhia estatal.
“Não podemos aceitar que alguns tentem colocar a Petrobras como sendo uma vergonha para o Brasil. Eu tenho certeza que nós temos que saber apurar e saber punir por que é fundamental que a gente não deixe se repetir nenhuma irregularidade, mas temos que fazer isso sem diminuir a importância da Petrobras para o presente e para o futuro do país. Apurar com rigor tudo de errado que foi feito e principalmente, criar mecanismos que evitem que quaisquer fatos de irregularidades possam voltar a ocorrer,” afirmou.
Para Dilma Rousseff, há uma tentativa de desestabilização da Petrobras por parte daqueles que têm interesse na privatização da empresa. Para estes, a presidente mandou um recado: “Nós vamos continuar apostando no modelo de partilha para o pré-sal porque ele garante que a maior parte da riqueza do pré-sal se volte para o povo brasileiro em saúde e educação. Nós vamos continuar com a política de conteúdo local porque ela é fundamental para o desenvolvimento de uma indústria de petróleo no Brasil e para que a gente não pague a maldição do petróleo que cai sobre alguns países,” prometeu.
“Vamos continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas porque ela só poderá servindo bem ao país se for cada vez mais brasileira. Nós temos que fechar as portas para a corrupção, mas não temos que fechar as portas para o crescimento, o progresso e o emprego. E os pescadores em águas turvas não vão acabar nem com o modelo de partilha nem com o modelo de conteúdo local,” garantiu.
A presidente não concedeu entrevista coletiva e no discurso não comentou a desvalorização das ações da Petrobras e a rejeição por parte dos acionistas ao anúncio de Aldemir Bendine, como novo presidente da empresa. Dilma encerrou afirmando que espera que “aqueles que erraram que paguem.”